Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto aplicou castigo de um jogo à porta fechada. Há mais dois a decorrer, com recursos, assim como oito partidas de interdição.
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Fechada a campanha na presente temporada no Estádio da Luz, e depois de uma época na qual não houve público presente nas bancadas, devido à pandemia de covid-19, o Benfica anseia, como todos os clubes, pelo regresso dos adeptos aos recintos.
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No entanto, os responsáveis encarnados sabem que a Luz enfrenta várias ameaças a nível disciplinar, o que poderá obrigar as águias a, no futuro, voltarem a jogar sem adeptos ou a terem de mudar de "casa". Neste momento, e devido a casos de contra-ordenação levantados pelas autoridades por suposto apoio por parte do clube às claques ilegais e ainda pelo mau comportamento dos seus adeptos, o Benfica depara-se com 11 processos que decorrem na justiça e que podem ter consequências nos jogos a disputar no Estádio da Luz; três à porta fechada e oito de interdição.
Criada já em 2018, para suceder ao Instituto Português da Juventude e do Desporto (IPDJ), a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) foi a mais recente entidade a aplicar um castigo ao Benfica, na sequência precisamente do apoio por parte das águias às claques não legalizadas. Os encarnados já foram notificados e apresentaram recurso no sentido de evitar aquele que poderá ser o terceiro jogo a cumprir à porta fechada. Isto porque em agosto de 2018 o IPDJ puniu-os com um jogo à porta fechada e uma coima de 56250 euros por apoio ilegal a claques - naquela que foi a maior multa então a um clube português -, no seguimento de diversos autos policiais, referentes já a jogos de 2016 e 2017. Há ainda outro caso que poderá levar a fechar a Luz por um jogo relativo ao embate com o Estoril, em 2017/18, face ao comportamento dos fãs benfiquistas na visita à Amoreira, em jogo a contar para o campeonato.
O apoio da SAD encarnada a claques vistas como ilegais e o comportamento dos adeptos coloca estádio em risco
Além destes casos já referidos, o Benfica enfrenta diversos processos que podem levar à interdição da Luz - todas situações que têm originado verdadeiras batalhas jurídicas, com recursos atrás de recursos. Um deles pode levar o emblema lisboeta a mudar de local durante cinco partidas. A situação surgiu na sequência de uma queixa apresentada pelo Sporting, em outubro de 2017, relativa a jogos de 2016/17, com os verdes e brancos a contestarem o apoio às claques ilegais. O Conselho de Disciplina (CD) viria a aplicar uma condenação de quatro jogos de interdição, aos quais seria acrescentado um outro no âmbito de um Benfica-Paços de Ferreira de 2017/18. Após diversos recursos, quer das águias quer da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o caso terá agora de ser reapreciado pelo Tribunal Central Administrativo do Sul, após o Supremo Tribunal Administrativo ter dado razão à FPF.
A última temporada valeu, fruto também da relação com os grupos organizados de adeptos não legalizados, mais dois castigos ao Benfica, que avançou com recursos no sentido de travar essas decisões. Em causa estão um jogo com o Braga, para a Taça de Portugal, e diante do Gil Vicente, para o campeonato. O primeiro caso valeu a aplicação por parte do Conselho de Disciplina de dois jogos de interdição, enquanto o segundo originou mais uma condenação, de apenas uma partida com o Estádio da Luz interdito.