Antigo extremo representou o Vitória em 1986/87 e rumou ao Alentejo na época seguinte. Ainda reside em Portugal e é padrinho de Quenda
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Basaúla Lemba, ainda residente em Portugal e padrinho de Geovany Quenda, do Sporting, é um dos craques da República Democrática do Congo, que chegou a Portugal no final dos anos 1980. Mostrou-se em Guimarães, com os compatriotas N’Dinga e N’Kama, porém, com 22 anos, não jogou tanto quanto desejaria e rumou ao Alentejo, onde um surpreendente Elvas partia para a segunda época consecutiva na I Liga, em 1987/88. O encontro da Taça de Portugal que leva o Vitória a discutir apuramento numa terra celebrizada musicalmente por ter Badajoz à vista, mexe e muito com Basaúla, figura endiabrada que galopava pela banda, trocando as voltas a quem o marcava. Se Elvas entrou numa música de Paco Bandeira, Basaúla viu o nome entrar na doçaria local, como bolo de uma confeitaria, apreciado pelos elvenses mais de 25 anos. Honra de muitas arrancadas fulminantes.
Histórico congolês acumulou imensos jogos em Portugal. Entrou por Guimarães com N’Dinga e N’Kama, mas foi no Elvas que assinou afirmação num clube que convocava admiração nacional.
A carreira de Basaúla foi próspera em jogos e clubes por cá, passando ainda pelo Estrela da Amadora antes de regressar e vingar no castelo, sucedendo-se passagens por Belenenses, Tirsense e Moreirense. “É um prazer enorme falar destes dois clubes, que me marcaram imenso. Recordo o Elvas como uma aposta ganha na minha vida, onde me destaquei e ganhei outra projeção em Portugal. É engraçado, porque o Pimenta Machado nunca achou piada que eu trocasse o Vitória pelo Elvas no final da primeira época em Guimarães”, conta o congolês, que passou de 13 jogos em 1986/87 para 29 em 1987/88, assinando quatro golos pelos alentejanos.
“Pimenta Machado nunca achou piada que eu trocasse o Vitória pelo Elvas no fim da época”
“Quando ia a caminho para assinar o contrato, percebia pouco de português. Ouvia na rádio que falavam muito de mim, do Vitória e do Elvas. Ainda não sabia em que divisão iria jogar, corria um processo em que o Elvas podia descer, situação que foi desbloqueada. Encontrei uma cidade muito acolhedora, foi a melhor opção para mostrar o meu valor. Havia uma paixão tremenda da população, num tempo diferente. Como craque e exemplo de caráter tínhamos o Beto Vidigal. Era muito completo, nunca chegou a sair de Elvas, mas merecia muito ter conhecido outra dimensão”, conta.
Por escrever ficou a história de um reencontro. “Havia um protocolo de cavalheiros e um jogador emprestado não defrontava o emblema de onde vinha. O Elvas era muito forte em casa, foi um plantel bem reforçado. De início, conseguimos mostrar que estávamos em ótimas condições de competir mas, ao se abaterem lesões, não tivemos jogadores para suportar a segunda volta. Por aí se deu a descida”, lembra Basaúla, tio também de Jucie Lupeta.