Programa "Juízo final", da Sport TV+, divulga os áudios do VAR
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32' do Sporting-Aves SAD: Fernando Fonseca corta a bola com a mão após cabeceamento de Hjulmand. Árbitro mantém o canto
VAR: "Aconselho-te vir à zona de revisão para ver um possível penálti."
Árbitro: "Ok."
VAR: "Aqui é o momento de contacto. O jogador joga a bola com a mão. Ele baixa e aqui abre a mão, o que impede que a bola passe."
Árbitro: "Podes dar-me outro ângulo, por favor?"
VAR: "Quando a bola vai passar abre o braço."
Árbitro: "Põe-me isso em velocidade normal, para ver se faz movimento intencional. Não faz. Vou manter a decisão e assinalar canto."
A explicação de João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem:
"O jogador salta, o braço está afastado do corpo, portanto numa posição não natural, o que constitui infração. O que gostaríamos é que o Ricardo Baixinho [árbitro] tivesse detetado o lance e considerasse mão na bola. O Rui Costa [VAR] fez muito bem em chamar o Ricardo, as leis são claras, pois o braço está afastado do corpo e era esperado que aqui fosse assinalado penálti. A intenção não está prevista nas leis do jogo, de maneira a que se analise a posição do corpo. Dizemos aos árbitros que, por norma, o VAR têm razão, pois ele já analisou várias imagens, embora às vezes também errem. O árbitro foi um pouco ingénuo nesta análise e devia ter sido mais cuidadoso".
Minuto 67' do Arouca-Sporting: Pedro Gonçalves cabeceia e a bola acerta em Fukui. O VAR recomenda que seja assinalado penálti e o árbitro aceita
VAR: "Recomendo que venhas à zona de revisão para ver um possível penálti por mão. O jogador tem o braço aberto e impede que a bola vá para a baliza. Tens aqui o braço. A bola bate na mão. "
Árbitro: "João, a bola bate na mão?"
VAR: "Se vires o braço, o braço recolhe."
Árbitro: "Dá-me outra imagem, aqui não vejo a bater na mão. Faz-me zoom. A bola bate na perna, João. A bola bate na perna."
VAR: "Devagar."
Árbitro: "A bola bate na mão, João? Tens a certeza? Faz zoom. Pára onde a bola bate. Eu vejo bater na perna. Estás a ver bater na mão?"
VAR: "Pinheiro, estou a ver a mão recolher no momento."
Árbitro: "Mete outra imagem."
VAR: "Vou mostrar a primeira. A mão recolhe..."
Árbitro: "Mete a imagem. É capaz de bater na mão, é. Mete mais um bocadinho. Ok, vi aqui. Pára aqui neste momento. A bola raspou ali. Ok, não estava a conseguir ver."
A explicação de João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem:
"A dificuldade foi encontrar a prova, mas a convicção estava correta. Quando o jogador salta e usa o braço, afastado do corpo, está a correr o risco que a bola lhe acerte e isto constitui infração. Não é uma posição natural. Foi uma posição difícil, mas correta e ousada até. Apesar de moroso, a decisão final foi correta."