Voltam as provas da UEFA e com elas alertas quanto ao futuro próximo dos clubes lusos. Tendo ficado cronicamente “amputado” de duas equipas nas pré-eliminatórias da Liga Conferência, o futebol português tem pontuado menos do que os países que tenta alcançar e do que os perseguidores.
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A primeira mão do play-off da Liga Europa que esta quinta-feira se disputa devolve à ação europeia Sporting, Benfica e Braga, todos com estatuto superior aos respetivos adversários não só em termos históricos mas sobretudo olhando ao ranking de clubes mas que deverão confirmar em campo o favoritismo. Águias e guerreiros têm a favor o fator casa, algo de que os leões só beneficiarão na segunda mão, tendo ainda que ultrapassar as dificuldades inerentes a jogarem no relvado sintético do Young Boys.
Se os resultados serão a principal preocupação dos adeptos, num plano mais aberto, o futebol português em geral estará a torcer pelo impacto que a obtenção de vitórias terá no ranking de países, a partir do qual se definem as vagas nas provas europeias (e em que o FC Porto terá uma palavra a dizer, na Champions).
Esta é a última época no atual formato das competições da UEFA, que mudam no triénio que começa em 2024/25, temporada em que Portugal será sétimo (definido no fim de 22/23) e terá cinco equipas qualificadas: duas na Champions (uma na fase de grupos e outra a ter de superar duas rondas eliminatórias), duas na Liga Europa (vencedor da Taça na fase de grupos e terceiro do campeonato a ter de superar três eliminatórias) e uma na Liga Conferência (o quarto da I Liga também terá três eliminatórias antes da fase de grupos).
Mas esta época tem sido fraca em termos de resultados e consequente pontuação no ranking da UEFA. Mais trambolhões ditarão maiores dificuldades na entrada nas fases de grupos - o vencedor da Taça do oitavo país da tabela, por exemplo, disputa o play-off da Liga Europa.
Em 2015/16, Portugal era quinto no ranking de países, tendo depois passado três temporadas em sétimo, conseguido subir a sexto, mas voltando a cair para sétimo na época passada, que determinou a perda de uma equipa na Champions e só uma das duas direta nos grupos. A subida na tabela parece difícil, não só porque as nações que precedem Portugal, Países Baixos e França, têm somado mais pontos nas últimas épocas mas também porque as equipas lusas estão a somar menos do que as de países que até estão abaixo: antes dos jogos de ontem da Champions, era 11.º, atrás de Chéquia, Bélgica, Turquia e Dinamarca.
O desempenho das duas equipas que disputam as pré-eliminatórias da Liga Conferência é um dos problemas crónicos do futebol luso, pois nas três épocas de existência da competição, Arouca, V. Guimarães, Gil Vicente, Paços e Santa Clara não chegaram às fases de grupos, roubando logo aí a possibilidade de contribuírem para o ranking. Já a “concorrência” tem aproveitado para pontuar aí.