Ataque à Academia: "Essa pessoa veio na minha direção, agrediu e foi embora", conta Misic
O processo, que está a ser julgado no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, tem 44 arguidos, acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
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Misic afirmou esta terça-feira em tribunal ter sido agredido com um "cinto na cabeça, por um indivíduo com parte da cara tapada", durante a invasão à academia do Sporting, em Alcochete, em maio de 2018.
Segundo o futebolista, ouvido via Skype, no tribunal de Monsanto, o agressor "não tinha nenhuma roupa do Sporting e tinha uma t-shirt cinzenta". "Tinha como se fosse um lençol a tapar a parte de baixo da cara e estava vestido de preto. Tinha uma t-shirt cinzenta, não estava com roupa do Sporting", afirmou numa audiência em que prestou declarações via Skype.
O futebolista disse não ter ficado com nenhuma marca da agressão, explicando que não foi atingido pela fivela e que, por isso, não recebeu assistência médica. "Fiquei com medo nos dias seguintes quando saía à rua para fazer compras. Depois isso passou", disse ainda.
"Essa pessoa veio na minha direção, agrediu e foi embora. Não percebi muito bem o que aconteceu com os colegas e depois também não houve grandes conversas"
Misic, que alinha nos gregos do PAOK, considerou que os agressores entraram no balneário "sem alvos específicos e começaram a agredir as primeiras pessoas que encontraram". "Essa pessoa veio na minha direção, agrediu e foi embora. Não percebi muito bem o que aconteceu com os colegas e depois também não houve grandes conversas. Eles entraram e agrediram as pessoas que se encontravam no local", afirmou, acrescentando que entre os agressores não se apercebeu que alguém tivesse tentado acalmar a situação.
O croata, que por diversas vezes afirmou que os agressores "entraram para atacar e sem intenção de falar com alguém", referiu que o então presidente do clube, Bruno de Carvalho, "chegou meia hora depois" dos incidentes e que "nenhum jogador se recusou a falar com ele".
Durante a 25.ª sessão do julgamento, Misic disse ter-se apercebido de que "havia agressões noutro local do balneário", mas não ter conseguido ver "quem foi agredido, nem quem agrediu".
O processo, que está a ser julgado no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, tem 44 arguidos, acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.