Declarações de Armando Evangelista, treinador do Famalicão, na antevisão do jogo frente ao Moreirense, em Moreira de Cónegos, marcado para este sábado, às 20h30
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O que é preciso fazer para regressar às vitórias? "Estamos a falar de uma Liga muito competitiva. Não é segredo para ninguém. O que é que temos pela frente? Temos um adversário que, acima de tudo em sua casa, tem demonstrado ser muito competitivo. Até porque este ano ainda não perdeu em casa. Se somarmos a isso a história do Famalicão em casa do Moreirense, para lá vamos, porque o Famalicão nunca ganhou em Moreira de Cónegos na I Liga. Nós queremos contrariar estes dois fatores que eu acabei de enumerar. Para o fazer, teremos que continuar a ser exigentes, continuar a ganhar e a evoluir, porque o processo é assim, é um processo evolutivo, não é um processo estático."
Reforços: "Acabámos por adicionar, ultimamente, alguns jogadores que tinham chegado há pouco tempo, estávamos a integrá-los lentamente dentro da estrutura, dos processos e dos comportamentos. Cada semana que ganhamos mais entrosados esses elementos estão. É continuar desta forma. Em cinco jogos temos dez pontos, parece-me que este é o caminho, porque uma média de dois pontos por jogo não me parece que seja desajustado àquilo que possam ser as pretensões do Famalicão. Por isso, é continuar nessa senda. Nos dois jogos anteriores tivemos um nível de rendimento satisfatório para aquilo que tínhamos de fazer, e em Guimarães fizemos um excelente jogo, aqui em casa, com o Gil Vicente não conseguimos ganhar, mas parece-me que por aquilo que construímos e fomos criando, acho que a vitória nos assentaria muito bem. É continuar desta forma e fazer ver os nossos jogadores, que ainda ontem o Enea [Mihaj] dizia isso muito bem, é preciso ter esta fome de querer ganhar, é preciso ter esta fome de querer cada vez mais, de querer sempre mais, esta exigência.
Essa fome de vencer juntamente com o quarto lugar geram maior pressão? "Aumenta, ainda bem, porque ter a pressão do nosso lado e de estar na posição da tabela classificativa em que estamos, é ótimo. É com essa pressão que eu quero que a equipa cresça, é com essa pressão que eles vão se tornar jogadores à Famalicão, é com essa pressão que os nossos adeptos, no final de cada jogo, vão ficar satisfeitos com a apresentação que vamos tendo, jogo após jogo. Eu acho que a pressão contrária ao fundo da tabela, de fazer poucos pontos, é que é complicada. Nós sabemos também que quem está no futebol, quem vive no futebol, não só no futebol, isto é, há pressão em qualquer atividade, no dia a dia de cada um. Vive-se muito da pressão, porque por vezes aquilo que se trabalha e a evolução que se tem durante a semana, por vezes não é refletido no resultado, não é refletido num jogo, mas a verdade é que nós somos avaliados pelos jogos que fazemos. E nós queremos essa pressão, para que os nossos jogadores tenham maior capacidade de lidar com ela e expressar isso no seu jogo, mais próximos de ganhar mais jogos que damos. E quem não aguentar esta pressão não pode jogar futebol. O querer ganhar, ou ter essa exigência do seu lado, é o futebol, é a vida, quem não conseguir lidar com isso, acho que está na profissão errada."
Qual é a maturidade desta equipa? "É uma equipa que está em crescimento. Sabemos qual é o nosso projeto, sabemos qual é o nosso caminho e que o Famalicão pretende e o que os dirigentes pretendem, sabemos o que é que os nossos atletas pretendem. Compete-nos fazer estes jovens crescer em termos de maturidade, de resultados, e da sua evolução futebolística normal. É um trabalho que a mim me deixa confortável, motivado, porque ganhar e ver a equipa crescer, e ver estes elementos, alguns deles muito jovens ainda, crescer, deixa-me satisfeito. É algo com o qual eu me identifico."
O que vê no Moreirense? "Vejo um adversário competente. Se olharmos às últimas épocas, é isso que reflete, é um adversário que tem uma equipa madura, e tem um onze base que já transporta há algum tempo, com algumas alterações que todos fazem, mas existe aí um esqueleto sólido e identificado com o que é o clube, com o seu estádio, porque é um estádio muito peculiar, muito particular, em que a assistência está muito em cima do jogo, as dimensões do terreno, fruto das bancadas de estarem muito em cima do campo, dá a sensação de dimensões mais reduzidas em relação ao nosso. Ou seja, tudo o que envolve este jogo é diferente, e eles têm uma equipa muito habituada àquilo, estão muito habituados a esse processo, e em casa, e naquilo que têm vindo a fazer, têm sido uma equipa muito competente, por isso nós queremos contrariar isto tudo, e acho que estamos preparados, estamos bem, estamos motivados, o ambiente é fantástico para contrariar isso."
As dimensões do terreno, podem ser um handicap? "Eu não quero dizer que possa ser um handicap, porque temos de ter a capacidade de nos adaptar a isso. O que eu quis dizer é que a equipa dp Moreirense está mais rotinada com isso, porque está no seu estádio, mas não quero olhar para isso como um handicap para o que possamos fazer. Porque há estratégias, podemos treinar com as dimensões também, podemos ter uma adaptação a isso. Não nos podemos agarrar a isso para o que possa acontecer. O nosso foco é o que temos vindo a fazer, o processo e para onde queremos ir, uma equipa alegre, capaz, sempre a evoluir, a assimilar processos e preparada para ir fazer um grande jogo e conquistar os três pontos."
Faz muita diferença o facto de ter os limites do recinto muito próximos? " As referências visuais, por vezes, dentro do jogo, quando o jogador tem de tomar decisões numa fração de segundos, há sempre referências visuais que estão em seu redor, que os ajudam na tomada da decisão. As linhas laterais, as bancadas, as próprias cores, há uma série de informação que, quando estamos habituados a jogar em determinados espaços, nos ajuda a tomar decisões num curto espaço de tempo. A verdade é que esta equipa de Moreirense está muito habituada a essas referências. O que me interessa é saber que os meus jogadores estão preparados para as dificuldades do jogo."