António Miguel Cardoso: "O Moreno sentiu que tinha de sair, foi uma decisão dele. Entristeceu-me"
António Miguel Cardoso, presidente do Vitória de Guimarães, marcou presença no Thinking Football, evento da Liga que se realiza no Porto. O líder dos conquistadores recordou a altura em que chegou ao clube e as dificuldades que enfrenta diariamente.
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Adeptos apaixonados pelo Vitória: "É sempre um problema bom. O Vitória é um clube com muitos adeptos e muita paixão. É lógico que como direção, temos a crítica muito perto de nós. Dá-me muito prazer. Temos clube e gente para ganhar mais coisas. Tem de existir a crítica mas tem de ser sempre construtiva. É muito aliciante para nós ter muitos adeptos e para os jogadores e é excelente poder jogar sempre muito apoiados."
Saídas de treinadores: "Como pessoas temos de estar preparados para tudo o que possa acontecer. A dúvida acontece todos os dias. Quando entrámos no Vitória, de repente temos uma responsabilidade muito grande. No meu caso, sento-me na cadeira e tenho um passivo de 55 milhões de euros, temos uma mensalidade à volta dos 2 milhões e não temos dinheiro na conta em termos de receitas antecipadas do mandato. Temos de perceber que todos os dias temos de tomar decisões para pagar as contas porque a responsabilidade é nossa, temos de resolver os problemas e não é assim tão fácil, todos os dias acontecem coisas diferentes. Quando entrámos, tínhamos projetos desportivos diferentes, o que eu queria fazer era claramente afastar os jogadores mais velhos e mais caros. Tínhamos de fazer uma reciclagem para jogadores mais jovens, com mais potencial e mais baratos. O projeto era claramente apostar na formação e quando temos treinadores que só querem jogadores maturados, mais velhos... não criticando mas era o caso. E toda a comunicação que era feita era de que o Vitória estava a reforçar-se com a equipa B, havia um discurso muito fraco em relação ao que era a ambição da estrutura da direção do Vitória. Os caminhos não eram convergentes e na altura o Pepa saiu. O caso do Moreno foi diferente. É alguém que é um grande vitoriano, de quem gosto muito, fez um grande trabalho com o Vitória. Teve a coragem de perceber o projeto e assumi-lo. E lutar pelo Vitória 24 horas por dia. Sendo de Guimarães, a pressão é muito maior. Fez um grande trabalho, valorizou muitos jogadores, fez uma grande época desportiva as competições europeias não correram bem. Foi um, grande murro no estômago para todos os vitorianos. O Moreno sentiu que tinha de sair, foi uma decisão dele. Quando perdemos a eliminatória estivemos ao lado dele e protegemo-lo mas chegámos a um momento em que percebemos que o caminho era a saída para proteger o homem e o clube. Entristeceu-me e tenho a certeza que ele vai fazer uma grande carreira, que ele merece"
Contratação de Paulo Turra: "Não temos de ter uma matriz, temos de tomar decisões. O Paulo Turra é alguém que tem uma grande capacidade de liderança e é imune à pressão. Tem um currículo muito forte. Sendo alguém que há 20 anos fui responsável pela contratação dele como jogador, percebi que, obviamente, sendo uma decisão arriscada, fazia sentido."
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