António Miguel Cardoso e o jogo com o Boavista: "No último golo explodi, tive de sair de lá, fugir"
O presidente do Vitória de Guimarães explicou, este sábado, como é que lida com as emoções enquanto vê os jogos dos vitorianos em declarações no evento "Thinking Football", no Porto.
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Como é que consegue estar tão calmo nos jogos: "É difícil. Acompanho o Vitória desde que nasci, os jogos em casa sempre vi no camarote do meu pai, podia festejar os golos. Mas nos jogos fora sempre gostei de estar ao lado das claques para ver o futebol como gosto. Neste momento, institucionalmente, e estando ao lado de todos os presidentes, a verdade é que são duas pessoas que estão a sofrer pelos respetivos clubes e, muitas vezes, não tem nada a ver com boa ou má educação, há momentos em que é impossível não festejar. Muitas vezes controlámo-nos e desejamos boa sorte mas admito que, do outro lado, já tive presidentes a festejar golos e acho muito bem. Tem de haver um respeito pela pessoas mas há momentos em que não se consegue aguentar. Já aconteceu comigo. Lembro-me do ano passado, do jogo com o Boavista, em que estamos a ganhar 1-0 e o primeiro golo consegui controlar-me. Mas o Boavista fez dois golos seguidos e nós, a cinco minutos do fim, fizemos outros dois. No último golo explodi, tive de sair de lá, fugir, desci as escadas porque é muito difícil controlar as emoções.
Centralização dos direitos televisivos: "Acho que o futebol português precisa de uma distribuição diferente dos direitos televisivos. Não faz sentido a forma como está organizada este momento. A diferença de valores é muito grande em relação aos três grandes e aos outros clubes. O Vitória é um clube grande, precisa de mais rendimentos, precisa, neste caso falando dos direitos televisivos, tenho o mandato todo sem, receber um euro dos direitos televisivos. É muito importante um controlo financeiro da Liga em relação aos clubes, é essencial que seja feito. Não se pode permitir que haja direções a antecipar um ano, quatro anos dos seus mandatos. Isso é importante que seja trabalho de outra forma. Para essa diferença ser diluída, há muitas coisas que têm de mudar no futebol português, desde a questão da arbitragem , da proteção de todos os clubes, acho que neste momento não é só a questão financeira, mas também há outros fatores que os clubes ditos grandes estejam nos primeiros lugares. Se me sinto prejudicado? Não quero entrar por aí. Sentimos essa diferença, é indiscutível. Sentimos que o Vitória, e o Vitória é grande e queremos que seja campeão um dia de forma sustentada, neste momento existem grandes assimetrias que precisam de ser trabalhadas para que o futebol seja diferente e exista mais espetáculo, que é o que toda a gente quer".
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