Candidato a novo mandato na presidência do Vitória em entrevista a O JOGO
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Disse que esperava que Rui Borges ficasse muitos anos, mas não aconteceu. Ficou desiludido?
-Aprendi a aceitar. As coisas estavam a correr bem, estávamos tranquilos, num ambiente de paz, como estamos a viver agora. Aconteceu o que aconteceu, não estou minimamente ressentido, faz parte do futebol.
A saída trouxe dinheiro para o Vitória. Foi difícil, ainda assim?
-Não tem nada de difícil. Se me perguntarem como é que vejo o futebol, provavelmente estarei errado no que vou dizer. Perspetivo muito mais um líder, um treinador que quando começa uma época a acaba. Acho que um líder faz mais sentido dessa forma. Depois, se tiver sucesso no final, vai para outro clube. Um treinador não é um jogador. Um jogador quer ser transferido, quer outra experiência. É mais jovem, tem outra mentalidade. Faz-me alguma confusão que o líder do balneário queira sair a meio da época...
Conseguiu o maior encaixe de sempre em vendas. Não teme que o plantel tenha perdido qualidade?
-O Vitória precisa de vender, e com a situação que tinha não existia outra hipótese. Não vale a pena acreditarmos que, sem vender, poderíamos sobreviver. Estava à espera de fazer as vendas no final da última época. Percebemos que as coisas não estavam a acontecer, mas investimos claramente na aposta nas competições europeias e foram tomadas decisões em que não quisemos vender determinados ativos. Não estávamos à espera de que fosse tão positivo como foi, por isso, as coisas acabaram por correr bem. Depois de todo o sucesso que tivemos, as propostas apareceram em janeiro. Não é o ideal, mas há encaixes que nós não podemos deixar de os fazer.
A parceria que tem com a VSports será para manter futuramente?
-Sim. É um parceiro que tem estado sempre ao nosso lado. Não perspetivamos uma mudança. Estamos neste momento a fazer um plano de reestruturação, de forma que a nossa dívida passe do curto prazo para médio e longo prazo, e eles estão ao nosso lado na procura de soluções.
“Tive dúvidas sobre a recandidatura”
O que ainda lhe falta fazer no Vitória no novo mandato?
-Acho que num clube como o Vitória vão sempre faltar coisas e, por isso, saindo no dia 1 de março ou daqui a três anos, estão sempre coisas por fazer. É um clube muito grande, em que é preciso um trabalho diário para que a cultura do clube seja muito competitiva, e acho que esse trabalho tem vindo a ser feito. A nível financeiro, passámos uma travessia muito grande sem as tais receitas televisivas e publicidade nas camisolas. Hoje em dia começamos a estar um bocadinho mais tranquilos, já respiramos alguma coisa, dentro das dificuldades. Existem ainda coisas que acredito que posso fazer. Acho que é importante que a cultura do clube seja cada vez mais competitiva. Há que resolver a questão da nova academia, que acho ser importante. Todo o trabalho que se está a fazer na formação, em que tivemos um vice-presidente, o Pedro Meireles, que vai sair por questões pessoais. Vamos dar seguimento ao trabalho que estava a ser feito. Pôr esta juventude toda a jogar na equipa A. Acho que é muito importante que isso seja feito. E, depois, as obras como o miniestádio, a questão de trabalhar também cada vez melhor as modalidades, os associados terem cada vez melhores condições, mesmo no estádio. Ainda há muita coisa a ser feita...
Teve sempre a certeza que queria recandidatar-se? Como vê as críticas que lhe são feitas pelo candidato Luís Cirilo?
-Não, tive muitas dúvidas. Acima de todo o amor que tenho pelo clube, são três anos de grande responsabilidade, em que tenho dado muito de mim. Quanto às críticas, desde que entrei que elas têm acontecido. Estas pessoas estiveram sempre contra o que se ia passando. O importante é que no dia 1 de março os sócios votem.