António Miguel Cardoso e venda de 10% de Vasco Sousa ao FC Porto por 100 mil euros: "Estava na equipa B..."
Sobre o negócio envolvendo Vasco Sousa, António Miguel Cardoso revelou que o clube tinha uma dívida antiga com o FC Porto, que precisou ser resolvida antes da submissão das contas à UEFA
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O presidente do Vitória de Guimarães, António Miguel Cardoso, abordou a polémica em torno da venda de 10% do passe do jogador Vasco Sousa ao FC Porto por 100 mil euros, durante um fórum promovido pela Associação Vitória Sempre. A negociação provocou críticas à administração da SAD minhota. O líder vitoriano justificou a decisão como uma necessidade financeira do clube e a existências de dívidas ao FC Porto.
Ao falar com adeptos, o dirigente ressaltou a obrigação do Vitória em vender jogadores para manter a estabilidade financeira, mencionando a recente saída de Ricardo Mangas como exemplo. "Se queremos proteger alguns jogadores, outros têm de sair. O Mangas foi um desses casos. Ele é um jogador excelente, mas não havia um clube disposto a pagar três ou quatro milhões de euros por ele. Acusaram-me de não ter sido simpático ao falar sobre ele, mas estou aqui para ser realista, não para agradar a todos", afirmou.
Apesar das saídas, o presidente garante que o plantel do Vitória ainda conta com vários jogadores com potencial de valorização no mercado. "Dizem que temos poucos ativos vendáveis, mas temos atletas como o João Mendes, que é um dos melhores laterais-esquerdos de Portugal, e o Samu, que também veio a custo zero. Há muitas pessoas que subestimam a qualidade desses jogadores", defendeu o dirigente.
Sobre o negócio envolvendo Vasco Sousa, António Miguel Cardoso revelou que o clube tinha uma dívida antiga com o FC Porto, que precisou ser resolvida antes da submissão das contas à UEFA. "Em maio, falámos com o FC Porto sobre a impossibilidade de pagamento da dívida e propuseram ficar com 50% do passe do Vasco Sousa. Negociámos e fechámos em 10%, o que nos permitiu resolver a dívida. Na altura, o jogador estava na equipa B, e se fosse hoje, a valorização seria maior. Foi uma decisão necessária para resolver um problema financeiro", explicou.
Cardoso reconheceu que decisões como essa nem sempre são ideais a longo prazo, mas destacou que, no momento, foram a melhor solução disponível. "Na impossibilidade de pagarmos ao FC Porto e porque precisávamos de enviar as contas para a UEFA, achámos que passar de 50% para 40% do passe por aquele valor tinha de ser feito. O que preferia, que não tivéssemos pago? Teve de ser feito. Não sei qual será o futuro do jogador. No dia a dia temos de tomar muitas decisões, muitas delas no futuro não fazem sentido. No fim, ter 50% ou 40% vai dar quase à mesma coisa. Se o FC Porto quiser mais percentagem do passe, a conversa é diferente".