Estoril procura acesso ao Jamor este domingo diante das bicampeãs nacionais. A O JOGO, a médio recorda a frustração sentida no último embate que terminou com um empate
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Este domingo, a equipa de futebol feminino do Estoril recebe o Sporting, num desafio que valerá o acesso à final da Taça de Portugal. As bicampeãs nacionais venceram na primeira volta por 1-0, mas do lado da turma canarinha impera a fé na reviravolta e feito histórico.
Protagonista de uma grande época, Ana Rita Viegas, que em 2016/17 fez a dobradinha de verde e branco, é a porta-voz dessa convicção. "Conhecendo bem o Sporting, como conheço, sei que vão estar com os índices motivacionais no máximo, mas também de pé atrás, porque já sabem o que podem esperar de nós. Temos plena consciência que será uma tarefa muito complicada. Sabemos das nossas limitações e elas querem fazer mais uma gracinha, mas vamos fazer tudo para ir ao Jamor ", afirma a médio a O JOGO. Terceiras classificadas na liga, na memória está o recente empate imposto ao Sporting (0-0), com um travo a"injustiça".
Perto do fim, o Estoril teve uma grande penalidade a favor, mas o castigo máximo foi defendido por Patrícia Morais, que se adiantou da linha da baliza, motivando muitos protestos. "A Patrícia fez o que achou por bem fazer e se calhar até foi de forma inconsciente, mas a equipa de arbitragem devia ter corrigido essa situação. Só é pena que não o tenha feito. "Não quer dizer que marcássemos e ganhássemos, mas podia ter feito a diferença e seria histórico, pois seríamos a primeira equipa a derrotar o Sporting em provas nacionais. Saímos com uma sensação de injustiça tremenda e senti-me frustrada. Só queria deitar-me e começar outro dia, sem pensar naquilo. Foi ingrato, mas jogámos olhos nos olhos com o Sporting e esse jogo fez-nos crescer bastante como equipa", sublinha a jogadora de 27 anos, que regressou ao Estoril, a "segunda família". "Há uma relação muito próxima entre técnicos e dirigentes e fui muito bem acolhida", conta a médio, cujos dias começam cedo e terminam quase sempre depois da meia-noite.
Além da paixão pelos relvados, Rita é fisioterapeuta. "Consigo conciliar a parte profissional com a desportiva. Tenho alguma flexibilidade, porque sou em quem faz as marcações das massagens, domicílios... Consigo ter essa margem e quando não tenho treinos à noite, aproveito para trabalhar até mais tarde", explica, antes de soltar uma gargalhada quando lhe perguntamos se já auxiliou colegas dada a formação profissional. "Acontece imensas vezes, ao contrário do que se passava no Sporting. Saio do treino e ajudo uma colega que se aleijou, se for necessário. Não temos as condições de uma equipa profissional, porque a maioria de nós estuda ou trabalha e a disponibilidade fisica e emocional não é a mesma. Felizmente, reunimos um grupo espetacular e é isso que nos faz valer em alguns momentos e superar, especialmente contra equipas como Braga ou Sporting", evidencia.
Depois de uma época em que teve poucos minutos no Sporting, Ana Rita Viegas readquiriu confiança no Estoril, que lhe trouxe uma "lufada de ar fresco", que contribuiu para a estreia na Seleção. "No Sporting tive uma lesão chata lesão chata, que limitava e no Estoril contornei isso, porque a motivação voltou a estar lá em cima. Tenho uma grande tolerância à dor e consegui superar isso. Depois, fui recompensada pela chamada à Seleção, algo que já não estava à espera, porque andei a vida inteira à procura e foi aos 27 anos que surgiu a hipótese", afirma a médio que gosta de ter bola no pé e de dez, passou a jogar preferencialmente mais recuada, como trinco e oito.