Álvaro Pacheco comenta golo anulado por um centímetro e diz que arbitragem portuguesa é "muito boa"
Garante que é sincero quando diz que a arbitragem em Portugal "tem muita qualidade e está a evoluir". Isto apesar de o Vizela já ter sido prejudicado nesta época de regresso ao escalão principal
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Aconteceu no jogo com o Gil Vicente e a decisão de anularem um golo ao Vizela por um fora de jogo de um centímetro (!!!) há de entrar para os anais da história do futebol.
Ver um golo anulado por um centímetro, como aconteceu ao Vizela, é futebol?
-Seguramente que não. Se nos interrogarmos o que é que gostamos mais no futebol, claro que é o golo. Anular um golo por um centímetro não está com nada. São as regras, eu sei, não gosto muito de me queixar, mas gostava que isso não tivesse acontecido.
O VAR trouxe mais verdade ao futebol - por vezes cruel -, mas também lhe retirou o lado humano, que é o erro. Afinal, errar é humano. Concorda?
-Sim, concordo. O VAR trouxe coisas positivas, mas também tem o outro lado. Acredito que o VAR veio para ficar, mas é bom que venha para tirar as dúvidas e não para aumentá-las, porque o futebol não precisa disso.
As arbitragens não têm sido muito simpáticas para o Vizela...
-Vou ser muito sincero, porque não sei ser de outra maneira. Acho que a arbitragem portuguesa é muito boa. Há árbitros competentes, corajosos, que já começam a apitar de forma a deixar correr o jogo, muito à inglesa, como eu gosto. Mas claro que os árbitros também erram. O clima que se cria à volta das arbitragens não ajuda à serenidade do árbitro no seu trabalho. Acredito mesmo que os árbitros portugueses têm vindo a crescer na qualidade. Acredito que vão continuar a evoluir, como tenho a certeza que vão continuar a errar, mas, como conversámos atrás, o erro faz parte do ser humano, logo, faz parte do futebol.
Há treinadores que evitam dizer mal dos árbitros por uma questão de defesa pessoal e da própria equipa, com receio que ela saia prejudicada. É o seu caso?
-Não, não é o meu caso. Tem a ver com a minha forma de olhar para um jogo de futebol. Estão três equipas em campo. Acredito que cada uma delas entra no relvado para fazer o seu melhor, ninguém quer errar de propósito. Eu acredito no que digo. No início da minha carreira, era muito mais emotivo; depois, ia analisar os lances, ver a frio as coisas, e às vezes concluía que não tinha motivos para me exceder nos protestos. Temos que contribuir todos para um bom espetáculo.
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"Treinadores em alta"
Os treinadores portugueses respeitam-se uns aos outros ou estão sempre à espera que haja uma chicotada? Álvaro Pacheco tem uma opinião curiosa: "Para termos trabalho, alguém tem que sair, é certo, mas acho que na classe de treinadores portugueses há respeito. Estamos num mercado de trabalho. Há oportunidades para todos, temos é que saber esperar por esse momento e saber estar neste mundo do futebol. Estou a chegar agora, o que tenho em relação a isso são opiniões muito positivas. O treinador português está na vanguarda e há muito respeito. Eu tenho uma boa relação com todos".
Pacheco não tem dúvidas de que os treinadores portugueses "continuam em alta e a dar cartas por esse mundo fora".
"Trabalha-se, hoje, muito bem, em Portugal. Os treinadores portugueses souberam evoluir e isso reflete-se no trabalho que vão fazendo e é por isso que são muito solicitados. O futebol está sempre em evolução. Eu sei que, se não me atualizar, daqui a dez anos estarei ultrapassado. O treinador português atualiza-se. É muito bom. Deixa uma marca positiva em muitos países no mundo e quem está lá fora abre-nos muitas portas".
Perder esta identidade é um risco que os treinadores portugueses não correm, porque "está mais do que provado todo o valor que têm e que é cada vez mais apreciado por esse mundo fora. Gosto de fazer parte desta classe do futebol".