"Agressivo" e "insuportável": adjetivos para Jesus que "quis ser mais que um técnico"
Jorge Jesus é um dos principais alvos de Bruno de Carvalho no livro que o ex-presidente do Sporting lançou esta sexta-feira. Culpa-o pelo fracasso da temporada passada. "Depois de termos conquistado a Taça da Liga, percebi que não iríamos ganhar mais nada devido à relação cada vez mais tensa que ele tinha com o plantel", conta
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Bruno de Carvalho não se poupou nas críticas a Jorge Jesus. Apesar de ter sido um dos maiores trunfos do seu primeiro mandato à frente do Sporting e de até ter elogiado a forma como o técnico liderou a equipa na sua primeira época - "na plenitude" é a expressão utilizada -, o ex-líder dos leões garante que depois desse ano, JJ "quis ser mais que um técnico", que se tornou "agressivo", "insuportável" e que até o plantel já estava a ficar "farto" do treinador.
"Jorge Jesus era um homem cada vez mais agressivo na segunda e na terceira época. Chegava a ser quase insuportável. Senti que os jogadores estavam a ficar fartos. Não me pediram uma reunião na segunda temporada, mas fizeram-no na terceira. O Rui Patrício chegou a dizer-me que eu defendia o grupo para fora, mas não o fazia internamente. Percebi logo que tinha alguma coisa para me dizer sobre o Jorge Jesus e combinámos agendar um almoço com os capitães, mas tive de adiar o mesmo por causa das complicações relacionadas com o nascimento da minha filha", explicou.
E concretizou: "A verdade é que o Jorge estava a desgastar toda a gente e começou a arruinar a nossa confiança no seu trabalho. Passou a tomar decisões por estar mais preocupado com que os outros pensavam dele do que propriamente por achar que eram as melhores para o Sporting. [...] Ainda assim, na terceira época, fizemos o maior investimento de sempre em jogadores. Voltou a ter, da nossa parte, tudo o que lhe poderíamos dar. Mas logo em janeiro, depois de termos conquistado a Taça da Liga, percebi que não iríamos ganhar mais nada devido à relação cada vez mais tensa que ele tinha com o plantel. Nessa altura, decidi falar com o empresário Vítor Araújo, um amigo dele de longa data que eu também conheço há vários anos. Partilhei com ele a minha preocupação e disse-lhe que o melhor para todas as partes era o Jorge sair".