O ACAFP, que se prepara para comprar os alvinegros, deixou o Deinze às portas da falência, mas já o Juventud Torremolinos conseguiu a promoção à primeira e está perto de outra. Também com uma participação minoritária no Chartlon, a empresa asiática tem acordo para 60% da SAD dos madeirenses a troco de 13 M€.
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A ACA Football Partners (ACAFP), empresa de Singapura que se prepara para adquirir 60% da SAD do Nacional por 13 milhões de euros, tal como O JOGO revelou ontem, tem resultados antagónicos no histórico. A aventura do Deinze, na Bélgica, correu da pior maneira possível, enquanto o projeto no Juventud Torremolinos, em Espanha, vai de vento em popa. Mas vamos por partes.
Em janeiro de 2022, o grupo tomou posse do Deinze, um clube modesto do futebol belga, radicado numa cidade muito pequena nos arredores de Gent e sem uma massa adepta significativa. A ambição passava pela subida ao principal escalão, objetivo que escapou por entre os dedos em 2023/24. No entanto, na temporada seguinte, a situação financeira descompensou completamente, à boleia do crescimento de dívidas de dois milhões de euros. Em setembro, a ACAFP anunciou que não ia investir mais e, em novembro, vendeu o clube ao AAD Invest Group, do Luxemburgo...por um euro. Se houve esperança de salvação, durou muito pouco, porque se acumularam salários em atraso e saídas de jogadores e funcionários, num caos completo que resultou, em dezembro, na falência, decretada em tribunal. O clube foi, obviamente, desclassificado da segunda liga belga.
Já um ano depois de terem pegado no malogrado Deinze, a ACAFP adquiriu o Juventud Torremolinos, outro pequeno clube, localizado na Andaluzia, sul de Espanha. Na primeira época completa com os investidores, a equipa subiu à quarta divisão e, esta temporada, está em boa posição para conquistar outra promoção. Pelo meio, o Juventud até comprou o San Félix, clube de formação andaluz por onde passou Rodrigo Zalazar, do Braga, em 2016/17.
Por fim, relativamente ao Charlton, os futuros donos do Nacional detêm apenas uma posição minoritária.
Auscultados por O JOGO, dois ex-dirigentes dos alvinegros mostraram-se algo reticentes. “Desconfiança em relação à noiva, é preciso conhecer para depois poder dar uma resposta mais concreta em relação ao assunto”, disse Miguel de Sousa, antigo ex-presidente da Mesa da Assembleia Geral, que ainda assim vê com agrado a permanência de Rui Alves e Gustavo Caires na administração da SAD: “É uma certeza de que as coisas mal feitas não vão ser”. Já André Jasmins, ex-vice-presidente, foi mais crítico: “Estranho que a AG tenha um ponto único e que não passe pela apresentação do investidor e da estratégia. Uma rápida pesquisa não nos dá as melhores reações. Gostava de ter mais informações para o plano de investimento”.
A 21 de abril, a venda será confirmada em AG, se nenhum sócio ou grupo de associados não exercer o direito de preferência pela aquisição de participações na SAD.