"A situação do clube é dramática. Já se põe em causa a dignidade do ser humano"

Numa longa conferência de imprensa que teve direito a perguntas e respostas, o novo presidente do União da Madeira SAD, Jaime Gouveia, descreveu, à comunicação social, a caótica situação em que está instalado o clube, falando de futebolistas que se encontram em condições sub-humanas e sem dignidade.

O cenário encontrado foi de tal maneira grave, que Jaime Gouveia fala numa corrida contra o tempo. "Falta trabalho neste clube. Ouvimos o treinador, os jogadores, a situação do clube é dramática, é sub-humana, já se põe em causa a dignidade do ser humano considerados inimagináveis em qualquer sociedade. Os jogadores não são máquinas, no staff não há máquinas. Temos de atalhar caminho. O Presidente da Comissão Executiva vai encabeçar uma corrida contra o tempo", disse.

Recorde-se que uma Assembleia Geral de acionistas achou por bem alterar o conselho de administração do Clube de Futebol União SAD. Para o advogado de profissão, Jaime Gouveia, nomeado presidente, lembra que os novos órgãos sociais estão pró-bono e têm a missão de resolver os problemas do clube, mas antes têm de analisar em que estado estão as contas do mesmo. "Vamos pedir uma auditoria externa. Não conseguimos, consultada a documentação que nos foi facultada, tirar uma conclusão. Parece que encontramos um clube de bairro. Precisamos de ter uma base de gestão. Estabelecer regras de comunicação".

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Lembrando que o "União é dos sócios e dos acionistas", assume que importa resolver a situação dos jogadores, quais "farrapos", e pede apoio para o jogo frente ao Câmara de Lobos, do próximo domingo. "Convidamos os unionistas a se juntarem a nós. Os jogadores precisam de conforto, comida e carinho em Câmara de Lobos".

Outra decisão imediata passa por deixar de utilizar o complexo da Ribeira Brava e passar a jogar num sintético do Campo Adelino Rodrigues, situado no centro do Funchal.

Já o Presidente da Comissão Executiva, Sérgio Nóbrega, disse existir um profundo desconhecimento da forma "como estão alojados, como são pagos ou como são transportados" os jogadores. Disse não ter conhecimento da entrada de 50 mil euros de um investidor (Nuno Sampaio) e não garantiu existirem condições para que o União da Madeira termine a época.

"Estamos ligados à máquina. Podemos não terminar o campeonato. Precisamos de cerca de 400 mil euros até ao final da época. Vamos pedir ajuda aos sócios e às entidades que nos possam ajudar"

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