Domingos Soares de Oliveira, co-CEO da SAD do Benfica, marcou esta sexta-feira presença na Thinking Football Summit, evento organizado pela Liga que decorre até domingo, no Porto.
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Governance/distribuição de receita? "O que vemos hoje é algo diferente de há cinco anos, os clubes estão muito mais envolvidos, não só na UEFA mas a nível nacional. Há sete anos, a UEFA tomava todas as decisões sobre as competições, receitas, negócios televisivos... Hoje, a UEFA e a ECA [Associação de Clubes Europeus] têm uma "joint-venture", e talvez no futuro possa tornar-se numa empresa. E também em Portugal, hoje todos os clubes, os grandes clubes, estão envolvidos na centralização dos direitos televisivos. Claro que há sempre dois tópicos. Um é a forma como vais vender e o outro é o modelo de partilha do dinheiro. Penso que ambos são extremamente importantes. De forma a termos a melhor distribuição, e deve ser mais democrática, a diferença entre o primeiro e o último deve ser menor do que é hoje, mas o mais importante é que temos de gerar mais dinheiro. E a forma como se gera mais dinheiro é trabalharmos todos juntos".
Pensa ser possível, ter um bolo maior? "Comecemos na Europa e depois vamos a Portugal. No ciclo de 2015/2018, o valor da verba gerada pelas duas competições (Liga dos Campeões e Liga Europa), foi 2,5 mil milhões de euros. A expectativa para o período 2024/27 é entre 4,5 e 5. Por isso, num curto período de dez anos, estamos a dobrar o valor gerado pelas provas europeias. Temos mais clubes, mais uma competição".
E distribui-se de forma mais democrática? "Não penso que seja, mas é muito razoável. Pensemos em Portugal. Algo de que ninguém fala: os clubes portugueses têm mais de 150 M€ das provas europeias, e não falo do Benfica, Braga, Vitória Guimarães. Por ano. Quanto dinheiro os que têm os direitos dos jogos para Portugal, no caso a Eleven, pagam por esses direitos? Para Portugal, o sistema é benéfico. Ganhamos muito mais dinheiro do que o dinheiro que os canais pagam. O que vai acontecer em 2028 ninguém sabe. Se formos ao mercado com a mesma base que fomos em 2015, não vamos gerar mais dinheiro".
Centralização dará menos dinheiro? "Trabalhamos com todos os clubes, Benfica, FC Porto, Braga, V. Guimarães. Isto é fantástico, trabalhamos todos com o mesmo espírito. Pela primeira vez, os clubes percebem que a competição é no relvado. Mas fora do relvado, e especialmente quando diz respeito a gerar mais dinheiro, estamos todos... Não sei se será a primeira vez, mas o espírito está lá. Agora, como podemos gerar mais dinheiro? Provavelmente colocando mais coisas em cima da mesa negocial. Acesso digital é extremamente importante".
5G? "É extremamente importante, mas espero que em 2028 em vez de se falar de 5G, falemos de 10G, porque a forma como temos de colocar um jogo em casa deve ser totalmente diferente daqui a cinco anos".
Transmissão de jogos em live streaming? "Não tento antecipar o futuro. Mas em 2028, muito provavelmente em vez de 16 câmaras a filmar o jogo, vamos ter 200. Será possível transmitir numa mesa ou numa televisão. Verá jogos em realidade aumentada. Será uma experiência totalmente diferente. E aí seremos capazes de gerar mais dinheiro".
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