"Não posso ajudar a minha família, espero no futuro poder mandar alguma coisa"
Patrick Igwe, do Montijo, ainda não recebeu em 2020 e não tem dinheiro para enviar para casa.
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Patrick Igwe, 22 anos, joga no Olímpico do Montijo e ainda não recebeu em 2020. A SAD promete que vai regularizar a situação e as dificuldades agora são menores. "Agora estamos bem. Já tínhamos tido a ajuda da Daniela, uma adepta do clube, da claque, do Paulo Ribeiro, diretor desportivo, que nos tinha dado cem euros a cada, do sindicato, do meu empresário e do vice-presidente do Montijo, que nos tinha trazido comida. Agradecemos a todos eles e aos colegas das outras equipas que nos ajudaram, mas também à SAD, que vai pagar a renda e as despesas da casa enquanto morar cá, só que o amanhã deixa-me preocupado...", assume. Patrick, de 22 anos, está à procura de emprego.
Porém, as coisas "não estão fáceis". "Não estou em casa a fazer nada e quero arranjar um trabalho. Só saio à noite para correr", afirma.
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Em Portugal, tem apenas o apoio da namorada, que não o deixa "ir-se abaixo". Na Nigéria está a família e Patrick tenta enviar dinheiro quando pode, especialmente no Natal, mas agora teve de explicar à mãe que está sem receber há três meses. "Não posso ajudar a minha família. Dependem de mim e espero no futuro poder mandar alguma coisa", revela. Voltar para casa está fora de questão. "A vida na Nigéria ainda é pior. Espero que tudo melhore. Não quero passar pelo mesmo na próxima época", desabafa o ala, que mora com mais dois jogadores do Montijo e outro do Oriental Dragon (AF Setúbal). "Tenho o sonho de ser profissional e ainda não desisti", termina.