Bruno Paixão reitera que nunca foi "corrompido" e diz que se limitou "a cumprir um contrato"
Antigo juiz de futebol profissional diz-se "falido" e relata, em entrevista ao Expresso, que conheceu José Bernardes numa entrevista de emprego na qual lhe foi proposto fazer trabalhos na área de certificação de qualidade.
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Bruno Paixão, suspeito numa investigação judicial por, alegadamente, ter recebido milhares de euros do Benfica através de uma empresa de José Bernardes, arguido do processo "Saco Azul", reiterou não ter sido corrompido pelo Benfica.
"Da única vez que me aliciaram, denunciei o caso à PJ e acabou tudo arquivado", afirmou o antigo árbitro, retirado de funções em campo em 2019, ao "Expresso", jornal ao qual revelou o momento em que conheceu José Bernardes.
"(...) Investi nos cursos da ISO 9001 [certificados de qualidade] como consultor. Distribuí currículos por várias pessoas e a dada altura, em 2013, sou contactado pelo José Bernardes para uma entrevista", começou por contar Bruno Paixão.
"Apresentou-me a empresa informática, a Best For Business, que na altura era em Miraflores. Era uma boa oportunidade para me lançar na área da qualidade, certificando as empresas do Magnetic Group. Fiz um contrato de trabalho de nove meses, como consultor de qualidade, entre novembro de 2013 e agosto de 2014", detalhou o antigo juiz de futebol, na mesma entrevista ao "Expresso".
Ao semanário, Bruno Paixão, suspeito de receber dinheiro do "saco azul" do Benfica, após serviços de consultoria fictícios prestados pela Best For Business ao clube, assegurou estar "falido" e mostrou-se à vontade para que as autoridades judiciais e policiais "levem o computador pessoal para análise", assegurando que se limitou a "cumprir um contrato".
A Polícia Judiciária e o Ministério Público encontraram pagamentos de milhares de euros de uma das empresas implicadas no processo "Saco Azul", mas o antigo árbitro nega, desde então, qualquer irregularidade (forma encapotada de suborno).
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