Os ataques russos adiaram, pela segunda vez, os planos de retirada da população civil da cidade de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, bloqueada pelas forças russas, disse hoje o assessor do Ministério do Interior ucraniano Anton Gerashchenko.
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"A segunda tentativa de criar um corredor humanitário para civis em Mariupol fracassou novamente devido a bombardeamentos dos russos", disse Gerashchenko, numa mensagem publicada na rede Telegram.
O assessor do ministério publicou também um vídeo de Kalnya, membro do regimento da guarda nacional Azov, no qual este conta "como os ocupantes violaram, pela segunda vez, o acordo para a abertura de um corredor humanitário para cerca de 200.000 civis".
"É preciso entender que, devido ao massacre de civis pelas forças de ocupação, não se consegue dar garantia de segurança nos corredores humanitários [...]", escreveu o assessor do Ministério do Interior.
"A situação de ontem [sábado] repetiu-se hoje e os militantes abriram fogo sem cumprir um cessar-fogo humanitário", referiu.
O município de Mariupol informou apenas que vários autocarros partiram de Zaporizhia para Mariupol para recolher civis que queriam deixar a cidade estratégica das margens do mar interior de Azov.
Anteriormente, o município tinha anunciado que iria fazer uma nova tentativa de retirada de civis entre as 12:00 locais (10:00 em Lisboa) e as 21:00 (19:00 em Lisboa), depois de a abertura de um corredor humanitário acordado com a Rússia ter sido suspensa no sábado devido aos contínuos combates na zona e ao incumprimento do cessar-fogo temporário acordado, de que ambas as partes se acusam mutuamente.
A retirada da população da cidade, de 450 mil habitantes, estava prevista partir de três pontos, em autocarros municipais e, seguindo o traçado previsto e em coluna, por transportes privados.
A rota planeada incluía as cidades de Mariupol, Portovskoye, Mangush, Republic, Rozovka, Bilmak, Pologi, Orejov e Zaporijia.