Pedro Nuno Santos foi o grande derrotado nas eleições deste domingo
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O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos anunciou a sua demissão do cargo, ao qual não será recandidato, anunciando uma Comissão Nacional do partido para sábado. “Assumo as minhas responsabilidades como líder do partido, como sempre fiz no passado, sempre que achei que deveria assumir responsabilidades, vou, por isso, pedir eleições internas à Comissão Nacional”, afirmou Pedro Nuno Santos.
Pedro Nuno Santos adiantou ainda que já está acertado com o presidente do PS convocar a Comissão Nacional para o próximo sábado, no qual pedirá eleições internas, às quais disse que não será candidato. “Mas como disse Mário Soares, só é vencido quem desiste de lutar e eu não desistirei de lutar. Até breve. Obrigado a todos”, disse Pedro Nuno Santos.
O líder da IL descartou hoje vir a integrar num Governo com AD, frisando que as “maiorias estão constituídas” e o seu papel será na Assembleia da República, mas manifestou-se disponível para dialogar.
Numa declaração aos membros da IL no Palácio Xabregas, em Lisboa, onde decorreu a noite eleitoral do partido, Rui Rocha recordou que, nesta campanha, tinha dito que seria “garantia de governabilidade” e de “solução para o país”, na medida em que isso dependesse do partido.
“Mas, olhando para os resultados, o que vemos nesta altura é que as maiorias possíveis estão constituídas. Portanto, o nosso papel será o papel de, no parlamento, continuarmos a defender as nossas ideias, de continuarmos a dizer aos portugueses: têm aqui um partido de confiança que os vai defender e que vai querer levar Portugal para a frente, a partir do parlamento, onde teremos maior representação”, referiu.
O líder da IL disse que, “obviamente”, estará disponível “para as conversas que houver a ter nos próximos dias, para todos os contactos”. “Mas essa é a nossa posição: a confiança que merecemos, que temos dos portugueses, é a confiança de sermos fiéis a nós próprios, por muito que isso às vezes nos leve a caminhar mais devagar do que queríamos. Mas nós não vamos ser populistas, não vamos oferecer tudo a todos, não vamos trair a confiança daqueles que hoje votaram em nós”, referiu.
Numa análise ao resultado eleitoral do partido – que aumentou o número de deputados, de oito para nove –, Rui Rocha referiu que a IL cresceu em número de votos, de deputados e de percentagem, mas assumiu que ambicionava mais. “Queríamos ter crescido mais, obviamente. Creio que fizemos muito ao longo deste tempo para merecer a confiança dos portugueses. Não foi possível crescer mais, eu assumo esse ponto”, afirmou.
A porta-voz do PAN agradeceu hoje o “voto de confiança” dos eleitores que permitiram manter a representação no parlamento, mas reconheceu que o resultado ficou aquém das expetativas, responsabilizando o “voto útil” por não conseguir um grupo parlamentar.
Numa reação no quartel-general do PAN para esta noite, num hotel no centro de Lisboa, a porta-voz do partido, Inês de Sousa Real, disse que o resultado conseguido esta noite - a sua reeleição pelo círculo eleitoral de Lisboa - não foi o “resultado que gostaria de ter tido”, por não ter permitido formar um grupo parlamentar.
“Seria importante que não estivesse sozinha no Parlamento, que tivéssemos conseguido, noutros distritos, noutras áreas geográficas, onde já elegemos, quer no Porto, quer em Setúbal e até mesmo naquilo que é reforçar a nossa representatividade em todo o país, mas sabemos também que o voto útil acabou por prejudicar, mais uma vez, a pluralidade democrática”, acrescentou a deputada única do PAN.
Apesar disso, Inês de Sousa Real agradeceu o “voto de confiança”, garantindo que a presença do PAN no parlamento assegura a representação de causas como a proteção animal, ambiental e dos direitos das mulheres, bem como a luta contra o “crescimento de forças populistas e antidemocráticas”.
A líder do PAN alertou para “ameaça concreta” da ascensão da extrema-direita com uma “agenda xenófoba de discriminação” e recuo na proteção animal, comprometendo-se a lutar para que as suas causas “não fiquem para trás”.
Sobre a possibilidade de vir a ser parte do apoio parlamentar ao novo Governo da AD, Sousa Real disse que essa é uma reflexão que o partido terá de fazer, mas acrescentou que o PAN, “como partido de oposição”, tem o papel de garantir que não há recuos nas causas.
O secretário-geral do PCP afirmou hoje em Lisboa que a CDU teve “um resultado de resistência”, perante um quadro marcado pelo perigo “da intensificação da agenda retrógrada, neoliberal e antissocial”.
Paulo Raimundo disse que a eleição de três deputados pela CDU (coligação que junta comunistas e “Os Verdes”) é “um resultado de resistência”, admitindo que o carinho e respeito com que foram acolhidos durante a campanha não se traduziu nos votos que precisavam. “Nós precisamos de resistir para avançar. O primeiro passo está dado. Resistimos e agora vamos procurar avançar”, disse o secretário-geral do PCP, que começou a falar à comunicação social acreditando na eleição do quarto deputado, que não se viria a confirmar ainda no decorrer das suas declarações, perdendo um mandato face a 2024.
O líder comunista assumiu que a maioria da Assembleia da República composta por AD, Chega e Iniciativa Liberal (IL), “independentemente dos arranjos que se venham a verificar entre essas forças, comportam o perigo da intensificação da agenda retrógrada, neoliberal e antissocial”.
Recusando falar em vitória ou derrota, Paulo Raimundo apontou para um quadro exigente, antevendo um combate a uma “revisão subversiva da Constituição da República” (AD, Chega e IL têm mais de dois terços necessários para uma revisão constitucional).
O secretário-geral do PCP considerou que será necessária “uma ação comum de democratas e patriotas” para enfrentar “a política de direita”, mas escusou-se a falar sobre que diálogo e união poderá haver à esquerda, dizendo apenas que a CDU tomará a iniciativa e não ficará à espera de ninguém.
A AD - Coligação PSD/CDS é a força política mais votada com 32,10% dos votos e 86 mandatos nas eleições legislativas de hoje.
O PS é o segundo partido mais votado com 23,38% e o Chega o terceiro, com 22,5%, e o mesmo número de deputados (58), segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral.
Aos 86 deputados da coligação, somam-se ainda os três eleitos pela coligação PSD/CDS/PPM nos Açores, pelo que a AD terá 89 deputados na Assembleia da República.
Lista %Votos Votos Mandatos
PPD/PSD.CDS-PP 32,10% 1.914.913 86
PS 23,38% 1.394.491 58
CH 22,56% 1.345.575 58
IL 5,53% 330.149 9
L 4,20% 250.651 6
PCP-PEV 3,03% 180.943 3
B.E. 2,00% 119.211 1
PAN 1,36% 80.850 1
ADN 1,32% 78.914 0
PPD/PSD.CDS-PP.PPM 0,62% 36.879 3
JPP 0,34% 20.126 1
R.I.R. 0,23% 13.550 0
VP 0,18% 10.998 0
PCTP/MRPP 0,18% 10.858 0
E 0,15% 8.806 0
ND 0,14% 8.217 0
PLS 0,11% 6.336 0
PPM 0,09% 5.296 0
NC 0,05% 2.771 0
MPT 0,01% 471 0
PTP 0,01% 421 0
O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, destacou hoje que a AD coligação PSD-CDS/PP alcançou uma vitória “contundente e indiscutível” na região e que o PS “pagou muito caro” a queda do Governo.
Segundo o também chefe do executivo madeirense (PSD/CDS) a região teve “mais uma grande vitória, foi uma vitória concludente e indiscutível”, já que venceu nos 11 concelhos da Madeira e em 49 das 54 freguesias do arquipélago.
Albuquerque agradeceu a participação da população madeirense neste ato eleitoral, considerando que “ao contrário das expectativas e ao facto de termos eleições de forma recorrente nos últimos anos houve uma participação significativa importante da população” que participou neste ato cívico de “continuar a participar massivamente” os sufrágios.
“É importante também sublinhar que a transferência de votos efetuou-se ao nível dos partidos da esquerda e que a AD reforçou a sua votação relativamente a 2024, quer em percentagem, quer em número de votos”, adiantou.
Miguel Albuquerque referiu que, em relação às últimas eleições nacionais, a AD teve mais 5,4% dos votos e mais de 4.000 votos do que nas eleições de 2024, complementando que “o que se deu foi uma transferência maciça de votos da parte do PS” que, apontou, “teve uma grande quebra na Madeira, e que foi diretamente para o Chega”, não tendo afetado o eleitorado do PSD/CDS, “nem pôs em causa a vitória” hoje alcançada.
Para o governante insular, “o PS pagou muito caro a irresponsabilidade de derrubar o Governo” e, acrescentou, “sendo um partido da formação do sistema democrático tem que aprender com esta lição”.
O líder social-democrata madeirense, opinou que o Presidente da República deve respeitar a vontade do eleitorado expressa nas urnas, dado que a coligação AD “claramente maioritária" e “deve indicar Luis Montenegro como candidato a primeiro-ministro e incumbi-lo da formação do Governo”.
Também defendeu ser necessário “criar condições de estabilidade”, adiantando que “isso passa por acordos pontuais para a aprovação do Programa do Governo e do Orçamento”. “Não é desejável para o país”, face ao cenário económico, a atual situação política internacional e aos desafios necessários de crescimento económico, “continuar a brincar aos partidos políticos e às eleições todos os anos”.
“Há um quadro político maioritário que foi definido pelo eleitorado e todos os partidos devem assumir essa responsabilidade”, disse Albuquerque, sustentando ser “necessário, além das ambições partidárias conjunturais e jogos dos partidos de poder, levar em conta aquilo que são os interesses fundamentais do país”.
Miguel Albuquerque reforçou que devem ser postos os interesses do país à frente dos partidários: “ao fim de 50 anos de democracia, quer o PS, quer o PSD têm de assumir as suas responsabilidades no quadro de uma democracia madura e perceber que esses acordos não põem em causa nem a luta partidária, nem a identidade de qualquer um dos partidos, como acontece na maioria dos países europeus”.
O presidente do governo madeirense adiantou que esta postura é “cada vez mais importante para fazer frente aos populismos”, sublinhando que é impossível “continuar a meter a cabeça na areia”, porque “o que está em causa é a salvaguarda da democracia”.
A AD - Coligação PSD/CDS venceu as eleições legislativas de hoje na Madeira com 41,35% dos votos e três deputados eleitos, e o Juntos Pelo Povo conseguiu o seu primeiro deputado.
Segundo os resultados provisórios oficiais da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, quando estão apuradas as 54 freguesias, o Chega foi a segunda força política naquele círculo eleitoral com 20,90% dos votos e um deputado eleito, o PS ficou em terceiro com 13,46% dos votos e também um deputado, e o partido Juntos Pelo Povo (JPP), com 12,32% dos votos, elegeu pela primeira vez um deputado à Assembleia da República.
Cerca de 48,28% dos eleitores inscritos nas eleições legislativas deste domingo votaram até às 16h00, segundo dados divulgados pelo Ministério da Administração Interna (MAI) no site que permite acompanhar a afluência às urnas.
A AD - Coligação PSD/CDS venceu no distrito de Lisboa nas eleições legislativas de hoje, com 28,47% dos votos e 15 deputados eleitos, quando estão apuradas as 134 freguesias.
Segundo os resultados provisórios oficiais da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, em segundo lugar ficou o PS com 23,68% dos votos e 12 mandatos e em terceiro o Chega com 11 mandatos e 20,86% dos votos. Seguem-se IL com quatro deputados eleitos, Livre com três deputados e CDU, BE e PAN com um deputado cada.
Em 2024, o PS tinha ganho a votação no distrito e conquistado 15 assentos, ficando o Aliança Democrática (PPD/PSD.CDS-PP.PPM) em segundo com 14 mandatos.
A eurodeputada do PS Ana Catarina Mendes considerou hoje que este é um “momento particularmente triste” para a democracia e que o PS teve um “mau resultado” nas legislativas antecipadas e que deve “fazer uma reflexão profunda”.
“Eu acho que qualquer democrata não pode ficar satisfeito com a noite eleitoral hoje. Este é um momento particularmente triste para Portugal, para a democracia. O crescimento dos extremismos, do populismo e da extrema-direita em Portugal é um momento que me deixa particularmente preocupada”, começou por responder aos jornalistas à chegada do quartel-general do PS para esta noite eleitoral.
Segundo a eurodeputada do PS, os socialistas obtieveram “um mau resultado”, mas “estão em conjunto nos bons e nos maus momentos”.
“É o momento do PS fazer uma reflexão profunda”, defendeu Ana Catarina Mendes, para quem essa reflexão deve ser feita por “todos os democratas”.
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, reconheceu que a esquerda teve uma “derrota importante” e o seu partido uma “grande derrota”, mas garantiu que vai manter a sua candidatura à liderança na convenção de novembro.
“A esquerda tem uma derrota importante, o BE tem uma grande derrota esta noite e é importante reconhecermos essa derrota com toda a humildade e frontalidade. Porque assumir é o primeiro passo para fazermos em conjunto a reflexão que temos que fazer”, reconheceu Mariana Mortágua, líder do BE, que falava aos apoiantes na Casa do Alentejo, em Lisboa, local que o partido escolheu para a sua noite eleitoral.
Interrogada sobre se e possível recuperar o partido de uma queda eleitoral com a mesma direção, Mariana Mortágua deixou a garantia que vai manter a sua candidatura à liderança na próxima Convenção nacional do partido, agendada para novembro deste ano. “Eu encabeço uma moção à próxima convenção do BE e mantenho inteiramente esse compromisso”, afirmou.
A cabeça de lista do BE começou a reagir numa altura em que o partido ainda não tinha elegido qualquer deputado e terminou quando Mariana Mortágua, número um por Lisboa, foi eleita por Lisboa, com os presentes a gritar “Mariana vai em frente, tens aqui a tua gente” e a cantar “A Internacional”.
A AD - Coligação PSD/CDS venceu as eleições legislativas de hoje no distrito do Porto, com 34,22% dos votos e 15 deputados eleitos, e o BE perdeu os dois representantes neste distrito, quando estão apuradas as 243 freguesias.
No ano passado, a coligação liderada pelo PSD (quando integrava o PPM) tinha conseguido 14 eleitos.
Segundo os resultados oficiais provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS mantém-se como segunda força política neste círculo, mas passa de 13 para 11 mandatos, seguindo-se o Chega, que aumenta de sete para nove. A IL e o Livre continuam com dois deputados, tal como a CDU mantém o seu mandato.
O antigo ministro do Ambiente e da Ação Climática Duarte Cordeiro pediu hoje uma "reflexão profunda" a Pedro Nuno Santos caso o Chega fique à frente do PS nas eleições e admite a demissão do secretário-geral socialista.
Em declarações ao Now, o socialista e antigo governante considerou que "é profundamente perturbador" que o PS esteja "à espera do final da noite eleitoral para saber se fica à frente ou não do Chega", sublinhando que esta situação "não é normal" e que não deve ser encarada "com naturalidade".
Questionado sobre se Pedro Nuno Santos deve demitir-se da liderança do PS, Duarte Cordeiro sublinhou que "há circustâncias-limite" e referindo que lhe parece "evidente" essa hipótese caso o Chega fique à frente do PS. "A ideia de ficarmos atrás do Chega é uma circunstância que para mim deveria levar a uma reflexão profunda da parte do líder do Partido Socialista", precisou o antigo vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa que é também próximo de Pedro Nuno Santos.
Com 98,65% dos votos contados, os resultados provisórios da secretária-geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) dão a vitória à AD, com 32,23%, seguida pelo PS com 23,39% e pelo Chega com 22,73%.
O secretário-geral do PCP e cabeça de lista da CDU por Lisboa, Paulo Raimundo, foi eleito deputado nas eleições legislativas antecipadas de hoje.
Paulo Raimundo foi o primeiro deputado a ser eleito pela CDU, pelas 22h30, quando estavam apuradas cerca de 82% das freguesias deste círculo eleitoral. Pouco depois, Paula Santos foi também eleita pelo círculo de Setúbal.
A nível nacional - e ainda com freguesias por apurar -, além da CDU, com dois deputados, a AD elegeu 78 deputados, o PS conseguiu 50, o Chega tem 50, a Iniciativa Liberal tem 5, o Livre tem 3 deputados, o JPP conseguiu eleger 1 e o Bloco de Esquerda e o PAN ainda não conseguiram eleger qualquer deputado.
O secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, afirmou hoje que a eleição de um deputado à Assembleia da República é um “momento histórico” e representa a extensão do partido, nascido na Madeira, ao território continental. “Esta eleição, pela primeira vez, no Dia Internacional dos Museus, dia 18 de maio, é um momento marcante, histórico, que vai delinear a extensão territorial do JPP a nível nacional, mas sem dúvida é o momento e mérito próprio deste movimento que se tornou partido e de todos os cidadãos que confiaram em nós”, declarou Élvio Sousa.
O secretário-geral do JPP falava numa unidade hoteleira, no concelho de Santa Cruz, na Madeira, onde o partido está a acompanhar a noite eleitoral, após a divulgação oficial de que o cabeça de lista do círculo desta região autónoma, Filipe Sousa, foi eleito.
Cerca das 21h40, quando foi confirmado oficialmente que o partido elegeu um deputado à Assembleia da República, algo que nunca tinha acontecido, os militantes e simpatizantes do JPP presentes na sala aplaudiram e festejaram a eleição.
Élvio Sousa salientou que o JPP é um partido autonómico, de base participativa, “que vai defender, sem sombra de dúvidas, todos os interesses dos madeirenses e porto-santenses e, na generalidade, o interesse de todos os portugueses”.
O JPP nasceu de um movimento de cidadãos no concelho de Santa Cruz, na zona leste da Madeira, cuja autarquia lidera desde 2013 com maioria absoluta, e tornou-se partido em 2015, ano em que elegeu cinco deputados ao parlamento regional.
Filipe Sousa é um dos fundadores e ex-presidente do partido, mas atualmente não assume nenhum cargo de dirigente, sendo presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz desde 2013, função que suspendeu em 07 de abril para encabeçar a lista às legislativas.
O JPP concorreu em 10 círculos eleitorais: Coimbra, Braga, Faro, Setúbal, Porto, Lisboa, Madeira, Açores, Europa e Fora da Europa.
Nas eleições legislativas de 10 de março do ano passado, obteve 19.145 votos (0,31%), o melhor resultado em nacionais até então, mas falhou a eleição.
Um pequeno grupo de ativistas climáticos protestou hoje, tal como tinha acontecido nas legislativas de há um ano, em frente ao hotel onde a AD acompanha a noite eleitoral, tendo sido retirados pela polícia.
O grupo, com pelo menos cinco manifestantes, exibia cartazes a exigir o fim do fóssil até 2030, e gritou palavras como: “não vamos dar paz a este Governo que nos quer matar”.
Os ativistas sentaram-se em frente à entrada principal do hotel junto ao Marquês do Pombal, em Lisboa, e foram retirados à força por elementos da PSP que fazem a segurança desta unidade hoteleira.
Nesta campanha eleitoral, os ativistas climáticos já tinham aparecido no último comício da AD, no Campo Pequeno, na sexta-feira, mas os seus protestos quase nem se fizeram ouvir por terem sido rapidamente levados do local.
Nas legislativas de 2024, atiraram tinta vermelha para a entrada do mesmo hotel onde a AD se concentrou para acompanhar a noite eleitoral e, durante essa campanha, atingiram o presidente do PSD, Luís Montenegro, com tinta verde, na Bolsa de Turismo de Lisboa.
A AD conseguiu nestas legislativas a vitória em São João da Madeira, Aveiro, terra de Pedro Nuno Santos, com 32,86% dos votos deste concelho, tendo o PS ficado em segundo lugar com 30,34%.
O Chega ficou em terceiro lugar com 17%, seguindo-se a Iniciativa Liberal com 6,65%, o Livre com 3,8%, o Bloco de Esquerda com 1,89%, CDU com 1,7%, PAN com 1,22% e ADN com 1,15%.
Ao contrário daquilo que aconteceu hoje, nas eleições legislativas de 2024 o PS foi o partido mais votado, com 37,39% dos votos e a AD ficou em segundo com 29,31%.
A imprensa europeia noticiou as legislativas de hoje em Portugal destacando a vitória da coligação liderada por Luís Montenegro e apontando a “importante vitória da extrema-direita”. “Segundo as sondagens à boca das urnas, parece que os eleitores voltaram a dar a sua confiança à formação política do atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, (…) com entre 29% e 34%, um resultado superior ao das últimas legislativas”, realizadas em março de 2024, escreve o jornal belga Le Soir.
A AD, prossegue, “consolida o seu apoio no país, mas ainda sem maioria absoluta, o que pressagia um novo mandato marcado pela instabilidade”.
Para o britânico The Guardian, a notícia destas eleições está no “importante resultado da extrema-direita”. “Será um grande resultado se o Chega ultrapassar os 20% como resultado final, relativamente aos 18% das últimas legislativas”, escreve o Guardian, frisando que “se as projeções estiverem certas, o crescimento do Chega continua, embora de uma forma não tão dramática como nas últimas duas eleições”, quando o Chega passou de um para 12 deputados (2022) e de 12 para 50 (2024).
“Como o Vox, seu companheiro ideológico do outro lado da fronteira, em Espanha, o partido português Chega tem, nos últimos anos, rebentado com o mito de longa data de que a história de ditaduras dos dois países vizinhos os tinha vacinado contra políticos de extrema-direita”, segundo o jornal.
O artigo afirma que o Chega tem conseguido “capitalizar uma insatisfação generalizada com os partidos dominantes de esquerda e de direita, numa altura em que o país continua a sofrer uma crise de habitação, os sistemas de saúde e educação sob pressão e os baixos salários”.
Em Espanha, o El Pais puxa para título ambas as perspetivas, escrevendo “a coligação conservadora ganha as eleições em Portugal e a extrema-direita avança”.
O diário espanhol escreve ainda que o PS pode ser ultrapassado pelo Chega, “que regista um grande avanço” nestas legislativas, o que qualifica de “uma revolução” que altera o modelo partidário vivido desde 1974 e, a confirmar-se, “certificaria o enterro definitivo do bipartidarismo que definiu a política portuguesa desde a Revolução dos Cravo, em 1974”.
“O populismo que avança em numerosos países demorou a chegar a Portugal, mas este domingo demonstrou que o partido de Ventura foi capaz de implantar-se com êxito em todo o país em tempo recorde, tendo em conta que nasceu em 2019”, acrescenta o El Pais, notando todavia que os resultados “não permitem vislumbrar soluções de governação estável”.
A governabilidade é o destaque do jornal online de atualidade europeia Politico.eu, que salienta que o centro-direita vence sem maioria e prevê que, a confirmarem-se as projeções à boca das urnas, “o parlamento do país vai continuar fraturado, com a extrema-direita a lutar para terminar em segundo lugar”.
Na análise das eleições, o Politico refere que anteriores sondagens mostravam a frustração dos eleitores com umas legislativas antecipadas e, no voto, “parecem ter descarregado a sua irritação nos socialistas e recompensado o centro-direita no poder e a extrema-direita, que põe em causa o ‘status quo’ democrático do país”.
Apontando como Montenegro tem recusado qualquer acordo de governo com o Chega, o jornal escreve que “a formação de um governo de minoria exigiria um apoio tácito do centro-esquerda”, evocando uma “cooperação construtiva” do PS nas votações do programa de governo e do Orçamento do Estado, mas destacando que as relações entre os líderes da AD e do PS se degradaram desde o chumbo da moção de confiança ao governo, tornando improvável um tal apoio.
O partido Juntos pelo Povo (JPP) elegeu hoje pela primeira vez um deputado à Assembleia da República, Felipe Sousa, eleito pelo círculo eleitoral da Madeira.
O presidente do Chega, André Ventura, antecipou uma “grande vitória” nas eleições legislativas de hoje e considerou que o seu partido “é a alternativa à governação”, remetendo para mais tarde respostas sobre eventuais cenários de governabilidade.
Em declarações aos jornalistas à chegada ao hotel que o partido escolheu para acompanhar a noite eleitoral, o líder do Chega reagiu às projeções que indicam que o partido deverá subir em número de votos e deputados, podendo ultrapassar o PS, a ser o segundo maior partido. “É uma grande vitória para o Chega” e “um grande resultado”, afirmou André Ventura, considerando que “o sistema político mudou”. “Haver um partido que quebra, em resultado mesmo, em votos, os dois grandes partidos da governação, só pode significar uma coisa, o Chega hoje é a alternativa à governação”, defendeu também.
Questionado sobre possíveis cenários de governação, o presidente do Chega remeteu uma resposta para mais tarde.
O dirigente bloquista Jorge Costa antecipou que o partido vai ter uma “noite e tempos difíceis” pela frente, falando numa “vitória da direita em toda a linha”, após serem conhecidas as primeiras projeções de resultados para as legislativas.
“Temos uma noite difícil pela frente e tempos difíceis pela frente. As projeções apontam para uma vitória da direita em toda a linha. O somatório dos votos do Partido Socialista e dos partidos à esquerda nunca foi tão pequeno em eleições legislativas”, considerou Jorge Costa, dirigente do núcleo duro do partido.
Jorge Costa reagia às primeiras projeções televisivas que dão vitória à AD nas eleições legislativas ao obter entre 29% e 36,9%, seguindo-se o PS e o Chega muito próximos.
O Chega é o segundo partido mais votado com sete deputados já eleitos, os mesmos que o PS, mas em vantagem no número de votos, numa altura em que ainda faltam atribuir 194 mandatos. De acordo com os resultados provisórios atualizados na página da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna pelas 21:00, já tinham sido contabilizados 531.169 votos para o Chega.
O segundo partido mais votado àquela hora, com 23,60%, tinha assegurado sete mandatos deputados, o mesmo número que o PS. Os socialistas, em terceiro lugar, tinham àquela hora 22,81%, com 513.499 votos.
De acordo com os resultados provisórios, o Chega lidera nos distritos de Faro, que venceu nas eleições legislativas de 2024, Beja, Setúbal e Portalegre. O PS vence, para já, apenas no distrito de Évora.
A proximidade entre os dois partidos era apontada nas projeções dos resultados eleitorais divulgadas pelas televisões, que davam vitória à AD nas eleições legislativas entre 29% e 36,9%, seguindo-se o PS e o Chega, entre 29,4% e 26%, e entre 19,5 % e 26,6%, respetivamente.
Às 21h00, com 33 dos 230 mandatos atribuídos, a AD – coligação PSD/CDS-PP liderava com 35,90% dos votos e 19 mandatos conquistados.
O presidente do PSD e atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, foi o primeiro líder partidário a ser eleito nas eleições legislativas antecipadas de hoje, pela lista da coligação AD (PSD/CDS-PP), no círculo eleitoral de Aveiro. O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, é o cabeça de lista do seu partido neste círculo eleitoral, onde, perto das 21:00, a AD liderava com mais de 42% dos votos. Nessa altura, com cerca de 64% dos votos apurados, o Chega tinha 21% e o PS 20,7%.
Entretanto, foi eleito Nuno Melo, presidente do CDS-PP, número dois da lista da AD no círculo do Porto, encabeçada por Paulo Rangel.
No círculo eleitoral do Porto, quando estavam apurados cerca de 60% dos votos, a AD ia à frente com 36,6%, seguindo-se o PS com 23,7% e o Chega com 22,6%.
Concorrem a estas eleições 21 forças políticas: AD (PSD/CDS-PP), PS, Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, RIR, JPP, PCTP/MRPP, Nova Direita, Volt Portugal, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, PPM, PLS e, com listas apenas numa ou nas duas regiões autónomas, MPT, PTP e PSD/CDS/PPM.
O socialista Sérgio Sousa Pinto afirmou hoje que se o PS não acabar com a atual direção, a direção acaba com o partido, face às projeções dos resultados eleitorais que dão vitória à AD e aproximam o Chega do PS.
Em declarações na TVI/CNN, enquanto comentador da noite eleitoral, o deputado disse que estes resultados são “uma calamidade” que “obriga o PS a tomar decisões”. “A magnitude do desastre é a única notícia da noite”, afirmou, comentando as projeções dos resultados eleitorais divulgadas pelas televisões que dão vitória à AD nas eleições legislativas ao obter entre 29% e 36,9%, seguindo-se o PS e o Chega a discutirem o segundo lugar.
Segundo as sondagens da RTP, SIC, TVI/CNN e NOW, o PS terá entre 19,4% e 26%, enquanto o Chega obterá entre 19,5 % e 26,6%. “O partido vai ter de encarar as razões desta tragédia”, referiu, escusando-se a responder se defendia a demissão de Pedro Nuno Santos.
O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, afirmou, após a saída das primeiras projeções, que o partido “quebrou definitivamente o bipartidarismo em Portugal", assumindo-se como a "grande alternativa de governo em Portugal”.
O dirigente do Chega reconheceu não saber se o partido será a segunda ou terceira força política após as eleições de hoje, mas admitiu que o partido vai consolidar a percentagem que obteve nas legislativas de 2024. “Vamos consolidar a nossa força, vamos consolidar a percentagem que tivemos no ano passado e vamos consolidar-nos em número de deputados”, salientou Pedro Pinto.
O líder parlamentar reconheceu ainda que, apesar de o objetivo ser ganhar as eleições, os dados das sondagens não apontam para esse desfecho, mas salientando que partido vai obter “um resultado histórico”. “Queríamos ganhar as eleições, queríamos. As sondagens não dizem isto, mesmo estas à boca da urna, mas dão-nos um resultado histórico”, afirmou o dirigente do Chega.
As projeções dos resultados eleitorais divulgadas pelas televisões dão vitória à AD nas eleições legislativas entre 29% e 36,9%, seguindo-se o PS e o Chega muito próximos. Segundo as sondagens, o PS terá entre 19,4% e 26%, enquanto o Chega obterá entre 19,5 % e 26,6%.
As projeções dos resultados eleitorais divulgadas pela RTP dão a vitória à AD (PSD/CDS-PP), com entre 29% e 34% dos votos, seguindo-se o PS, com entre 21% e 26%.
Na sondagem realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, o Chega obtém entre 20% a 24% e a IL entre 4% e 7%.
Já o Livre alcança entre 3% e 6%, a CDU entre 2% e 4%, o Bloco de Esquerda entre 1% e 3%, o PAN entre 1% e 2% e o JPP entre 0% a 1%.
Na sondagem da TVI e CNN, feita pela Pitagórica, a AD ganharia as eleições com 29,1% entre 35,1% e o Chega ficaria em segundo lugar ao obter entre 19,5% e os 25,5% dos votos, seguido do PS com entre 19,4% e 25,4%.
Em quarto lugar ficaria a IL, entre 5% e 8% dos votos, seguido do Livre, 3,2% e 6,2%, do Bloco de Esquerda, entre 1,1% e 4,1%, a CDU, entre 1,3% e 4,3% e o PAN, entre 0,5% e os 2,5%.
As projeções dos resultados eleitorais divulgados pela SIC dão vitória à AD - coligação PSD/CDS nas eleições legislativas de hoje, com entre os 30,3% e os 34,7%. Na sondagem do ICS/ISCTE/GfK Metris para a SIC, o PS surge com um intervalo entre os 21,6% e os 25,8% e logo a seguir o Chega com entre 19,9% e 24,1%.
A Iniciativa Liberal surge em quarto com entre 4,2% e 7,4%. Depois aparece o Livre com entre 3,3% e 6,5%, CDU com entre 1,4% e 4,0%, Bloco de Esquerda com 1,0% e 3,6%, PAN com entre 0,5% e 2,5% e ainda o JPP com entre 0,2% e 0,8%.
A projeção dos resultados eleitorais divulgada pelo canal NOW dá vitória à AD, com 30,9% a 36,9% dos votos, seguindo-se o Chega, com 20,6 a 26,6% dos votos, com o PS a surgir em terceiro lugar com 19,4 a 25,4% dos votos.
De acordo com a projeção à boca das urnas avançada pela NOW e realizada pela Intercampus, o quarto partido mais votado foi a IL com 3,3% a 7,3%, o Livre com 1,9% a 5,9%, a CDU com 1,4% a 4,4%,o BE com 0,5% a 3,5%, o PAN com 0,3 a 2,3% e por fim o JPP com 0,0% a 1,0%.
RTP/Católica
AD 31,5%
PS 23,5%
Chega 22%
IL 5,5%
Livre 4,5%
CDU 3%
BE 2%
PAN 1,5%
SIC/GFK
AD 32,5%
PS 23,7%
Chega 22%
IL 5,8%
Livre 4,9%
CDU 2,7%
BE 2,3%
PAN 1,5%
TVI/Pitagórica
AD 32,1%
PS 22,4%
Chega 22,5%
IL 6,5%
Livre 4,7%
CDU 2,8%
BE 2,6%
PAN 1,5%
As projeções das televisões para a abstenção nas eleições legislativas de hoje indicam que deverá situar-se entre os 34,7% e os 47,7%. A RTP avançou às 19h00 uma previsão de abstenção de 36% a 42%, a SIC com uma previsão entre 34,7% e 39,7 e a CNN entre os 41,5% e os 47,7%. A sondagem da RTP foi feita pela Universidade Católica, a da SIC pelo ICS e da CNN pela Pitagórica. A taxa de abstenção nas eleições legislativas de 2024 situou-se nos 40,16%, a mais baixa desde 2005, quando ficou nos 35,74%.
As mesas de voto para as eleições legislativas antecipadas encerraram hoje às 19h00 em Portugal continental e na Madeira, fechando uma hora depois nos Açores, devido à diferença horária.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), podem votar para as eleições legislativas antecipadas de hoje 10,8 milhões de eleitores.
No total, serão eleitos 230 deputados, em 22 círculos eleitorais - 18 dos quais em Portugal continental e os restantes nos Açores, na Madeira, na Europa e Fora da Europa -, num ato eleitoral que terá um custo a rondar os 26,5 milhões de euros.
Concorrem a estas eleições 21 forças políticas, mais três do que nas eleições de março do ano passado.
O Partido Liberal Social (PLS) é o único partido estreante neste ato eleitoral, juntando-se a AD (PSD/CDS-PP), PS, Chega, IL, BE, CDU (PCP/PEV), Livre, PAN, ADN, RIR, JPP, PCTP/MRPP, Nova Direita, Volt Portugal, Ergue-te, Nós, Cidadãos!, PPM e, com listas apenas numa ou nas duas regiões autónomas, MPT, PTP e PSD/CDS/PPM.
O ex-Presidente da República Ramalho Eanes defendeu uma reflexão sobre o que é necessário transformar na economia para a manter sustentável e para haver continuidade ao estado social. “É necessário debruçarmo-nos sobre o que é necessário transformar para que a nossa economia se transforme e acabe por ser sustentada e sustentável, porque isso é indispensável para que se mantenha o estado social, para que o país responda em várias áreas de obrigação funcional e que não acabe por criar um divórcio com a população portuguesa”, afirmou o general Ramalho Eanes.
O ex-chefe de Estado falava aos jornalistas à entrada da sala de voto, em Lisboa, por volta das 16:00, numa altura em que se recusou a falar sobre as eleições presidenciais e os assumidos candidatos.
Sobre a política que gostaria de ver discutida está a “questão geopolítica atual” no Mundo e, mais precisamente na Europa, que está “bastante diferente de há um ano” e que, disse não ter dúvidas de “que implicará despesas grandes para todos os países” do Mundo. “Mas Portugal está também e seria interessante que os portugueses soubessem o que têm a pagar, quando têm de pagar e como vão pagar para que possam naturalmente participar na segurança coletiva e conjunta da União Europeia”, defendeu.
Neste sentido, disse que “os políticos sabem, Portugal saberá, mas não saberá na sua totalidade” e, também por isso, defendeu que essas questões tenham de ser discutidas. Isto, porque, acrescentou, “se porventura a sociedade civil se interessasse muito por elas, a sociedade civil tinha exigido que elas fossem tratadas, o que não aconteceu”.
O Presidente da República fez novo apelo à participação dos portugueses nas eleições legislativas antecipadas de hoje e afirmou que tenciona convocar os partidos na segunda-feira, para os ouvir "calmamente, serenamente" ao longo da semana.
Marcelo Rebelo de Sousa saiu a pé do Palácio de Belém, em Lisboa, perto das 17h00 e falou à RTP na Calçada da Ajuda, insistindo no apelo à participação eleitoral que fez no sábado, na habitual comunicação ao país em vésperas de eleições. "Quem puder, ainda são cinco da tarde, tem uma hora e meia, duas horas para votar. E eu insisto muito em que as pessoas que possam votar e queiram votar não percam a oportunidade", declarou.
Quanto à formação do próximo Governo, o chefe de Estado adiantou que tenciona convocar os partidos que obtenham assento parlamentar "amanhã mesmo" [segunda-feira] para "ao longo da semana os ir recebendo" e "calmamente, serenamente, os ouvir na leitura da vontade dos portugueses".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, este "é o dia ideal para o exercício do direito de voto", um dia "com uma chuvinha pequena, sem muito calor". Antes, frisou, é o povo quem tem "o poder de decidir", com o seu voto.
O Presidente da República descreveu a atual conjuntura global como "um momento muito difícil" em termos políticos e económicos, "com muitas incógnitas, muitas indecisões". "Portanto, tudo o que seja ter decisão em Portugal e decisão por parte de quem tem o poder de decidir, que é o povo, só ele tem o poder de decidir, é fundamental, num mundo de indecisão", considerou.
O chefe de Estado referiu que nas eleições em Portugal "um momento de afluência muito especial vai das cinco às sete" e manifestou o desejo de que "a afluência possa ainda aumentar, o que seria um bom sinal".