O empresário Jacques Rodrigues, líder do grupo de comunicação social Impala, foi presente a juiz esta segunda-feira e saiu em liberdade. Foi detido por por suspeitas de corrupção e burla.
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Jacques Rodrigues, que lidera o grupo Impala, saiu em liberdade e terá der pagar uma caução de 500 mil euros, ditou o juiz de instrução criminal do Tribunal de Sintra, esta segunda-feira. Os outros três detidos também saíram em liberdade.
O empresário, de 83 anos, tem de entregar o passaporte e fica impedido de sair do país. Está também proibido de assumir qualquer cargo de administração nas 13 empresas do grupo que estão sob investigação da Polícia Judiciária e também não poderá contactar com os outros arguidos.
O que está em causa
O empresário Jacques Rodrigues, líder do grupo de comunicação social Impala, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), numa operação que deteve outras três pessoas e fez buscas em vários pontos do território nacional, tendo sido constituídos 10 arguidos.
Os restantes detidos são um filho do empresário, um revisor oficial de contas e um advogado.
De acordo com a nota de imprensa divulgada pela PJ, na operação intitulada "Última Edição", levada a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), estão em causa suspeitas da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos.
"Durante a ação policial que se desenvolveu em Lisboa, Sintra, Cascais, Oeiras, Amadora, Santo Tirso, Porto, Matosinhos e Funchal, procedeu-se ainda ao cumprimento de quatro mandados de detenção fora de flagrante delito e à constituição de dez arguidos", referiu a PJ, esclarecendo que foram realizadas oito buscas domiciliárias e 24 buscas não domiciliárias, das quais seis em empresas de comunicação social, quatro em gabinetes de revisores oficiais de contas e uma num escritório de advogados.
A PJ adiantou ainda que a operação visou a recolha de provas complementares e contou com o apoio de diferentes unidades desta força policial, envolvendo mais de 100 investigadores criminais e peritos, além da colaboração do Ministério Público, que tem o inquérito sobre esta matéria a correr no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Sintra.
"Em causa está uma investigação criminal cujo objeto visa um plano criminoso traçado para, entre o mais, ocultar a dissipação de património, através da adulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas, em claro prejuízo de diversos credores, (...) os trabalhadores, fornecedores e o Estado, estando reconhecidos créditos num valor total de cerca de 100.000.000,00Euro (cem milhões de euros)", lê-se na nota divulgada.
A PJ salientou também a "forte indiciação" do desvio do dinheiro "para fora do território nacional, num montante global que ascenderá a largas dezenas de milhares de euros".
Os quatro detidos vão agora ser presentes a juiz no Tribunal de Instrução Criminal de Sintra para o primeiro interrogatório judicial e para conhecer as medidas de coação.
A Impala, que detém as revistas Nova Gente e Maria, viu o Juízo de comércio de Sintra declarar em outubro a insolvência da Descobrirpress, de Jacques Rodrigues.
O grupo Impala tinha há vários anos litígios em tribunal por créditos salariais devidos a ex-trabalhadores.