"É tempo de dedicar uma percentagem da riqueza do desporto à promoção da integridade"
Congresso Mundial sobre Liderança Global e Anti-Corrupção no Desporto teve lugar no início desta semana em Roma
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"É tempo de dedicar uma pequena percentagem da riqueza do desporto à promoção da integridade no desporto. É altura de criar um grupo de ação de todos os setores da indústria dotado de fundos, de apoio e dos meios para se fazer mais", afirmou Emanuel Medeiros, diretor-executivo do Sports Integrity Global Alliance (SIGA), no fecho do Congresso Mundial sobre Liderança Global e Anti-Corrupção no Desporto, organizado por esta entidade e que decorreu no início desta semana em Roma. Esta foi a conclusão principal deste congresso: a necessidade de atribuir ao combate à corrupção parte das receitas do desporto.
O congresso contou com um painel de oradores diversificado e representativo dos diversos setores do desporto, que sublinharam a dimensão do problema da infiltração do crime organizado no futebol e apelaram à intensificação dos esforços de combate a este fenómeno. Fernando Veiga Gomes, presidente da Comissão Legal do Desporto da União Internacional de Avdogados, sublinhou que "na Europa, 90% dos clubes não publicam as contas". "77% dos clubes são insolventes ou quase. As regras do Fair-Play Financeiro foram um bom começo mas não chegam", disse ainda, apontando o montante de dívidas dos clubes ao fisco - que estão a crescer - como atingindo 1400 milhões de dólares (1300 milhões de euros).
Outros preletores identificaram a necessidade de aplicar ao desporto as mesmas regras que se aplicam às empresas do setor privado.