Será que a sorte pode mesmo ser domada pela matemática?
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Ganhar a lotaria continua a ser um sonho para muitos, mas três estudantes de matemática da Universidade de Salento, em Itália, decidiram pôr a inteligência artificial (IA) à prova e tentar dar uma ajudinha à sorte. E não é que conseguiram? O trio desenvolveu um algoritmo baseado em IA para analisar sorteios passados e identificar padrões nos números mais frequentemente escolhidos. O resultado? Um prémio de 43 mil euros, segundo o jornal Corriere della Sera.
A estratégia dos jovens matemáticos foi simples: em vez de apostarem na raridade, confiaram na frequência estatística. Ou seja, em vez de escolherem números que quase nunca saem, optaram pelos que já deram mais vezes o ar da sua graça. Mas será que a sorte pode mesmo ser domada pela matemática?
O especialista Frédéric Giroire, investigador do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e do Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique (Inria), analisou a façanha e considerou-a “contra-intuitiva”. Segundo ele, a lotaria é, por definição, um jogo de puro acaso, onde cada sorteio deve ser independente dos anteriores. Se assim for, nem mesmo a IA mais avançada deveria ser capaz de prever o futuro.
No entanto, Giroire admite que nem sempre a teoria bate certo com a realidade. Pequenos detalhes, como o peso e a forma das bolas, podem influenciar os resultados e tornar certos números mais prováveis do que outros. Será que os estudantes descobriram um destes segredos ocultos?
Apesar do sucesso, ainda não divulgaram os detalhes do seu método, deixando no ar a dúvida: foi ciência, acaso ou apenas uma feliz coincidência? Enquanto isso, os apostadores mais supersticiosos podem estar a afiar os algoritmos (e os lápis) para a próxima jogada. Afinal, nunca se sabe quando a IA pode decidir fazer de fada madrinha.