O antigo inspetor da PJ disse ter "um juízo bastante crítico" e que ninguém mais do que ele está "arrependido"
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O antigo inspetor da Polícia Judiciária Paulo Pereira Cristóvão - igualmente antigo vice-presidente do Sporting - mostrou-se "chocado" com a pena efetiva de sete anos e meio de prisão aplicada no âmbito do processo de assaltos a residências, acrescentando que vai recorrer da condenação.
"Estou chocado e claro que estou surpreendido. A pena é desproporcional e abusiva face aos factos que pratiquei", respondeu Pereira Cristóvão aos jornalistas à saída do Tribunal de Cascais, após a leitura do acórdão.
O antigo inspetor da PJ disse ter "um juízo bastante crítico" e que ninguém mais do que ele está "arrependido", assumindo que "foi homem" ao assumir os seus erros em julgamento.
Contudo, ressalvou, ser condenado "pelo que não fez" custa, razão pela qual vai recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa.
Questionado sobre as razões que levaram o coletivo de juízes, presidido por Ema Vasconcelos, a aplicar penas pesadas à maioria dos 16 arguidos no processo, Pereira Cristóvão respondeu: "[porque] os senhores estão aqui à porta", aludindo ao mediatismo do processo.
Pereira Cristóvão e Mustafá foram condenados pelo envolvimento e preparação dos assaltos a uma residência no Atrium Cascais, em 27 de fevereiro de 2014, e a uma outra na Avenida do Brasil, em Lisboa, em abril desse ano, do qual acabaram por não levar dinheiro.
Segundo a acusação do Ministério Público, Paulo Pereira Cristóvão, dois outros arguidos e três polícias recolhiam informações e decidiam quais as pessoas e locais a assaltar pelo grupo, nomeadamente na zona de Lisboa e na margem sul do rio Tejo, com recurso a falsos mandados de busca.