Aos 28 anos, a vimaranense Ana Rita Ribeiro abandona os relvados depois de quatro anos ao serviço dos conquistadores, tendo realizado 57 jogos e marcado 61 golos. Foi homenageada no último encontro da época.
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Ana Rita Ribeiro, também conhecida como Ronalda, despediu-se dos relvados para abraçar novas funções no Vitória de Guimarães. Aos 28 anos, a vimaranense foi homenageada pelo clube e pelos adeptos no último jogo em casa, diante do Famalicão, no play-off da Liga BPI. “Foi um dia muito especial para mim. Era um sonho de infância jogar no Vitória. Desde o dia em que entrei, senti toda a responsabilidade que isso acarretava, e era crucial para mim terminar como um exemplo para todos. A decisão já estava tomada há algumas semanas, e comuniquei-a ao grupo de trabalho, aos meus colegas da coordenação e à minha família. Foi um dia memorável, em casa, junto das pessoas mais importantes, e recebi um carinho muito especial. Foi no Vitória que vivi os momentos mais intensos e gratificantes. Partilhar com a minha família, orgulhosamente vitoriana e vimaranense, a minha entrada no clube foi, sem dúvida, o ponto mais alto da minha trajetória”, partilha Ana com O JOGO.
Sobre a decisão de encerrar a carreira como jogadora neste momento, Ana Rita Ribeiro conta-a com serenidade, assumindo a determinação em contribuir para o sucesso do Vitória fora das quatro linhas. “Há uma fase na vida em que temos de decidir, e chegou o momento de dar este passo. Vou continuar a ser feliz. Espero ser uma dirigente tão dedicada como fui no papel de jogadora”, afirma a coordenadora do departamento de futebol feminino do clube vimaranense. “Exerço esta função desde a época passada e este ano assumo ainda mais responsabilidades, envolvendo-me em outros projetos dentro do clube. Temos a oportunidade de fazer diferente do passado, e essa é a nossa missão enquanto equipa de coordenação. Pretendemos posicionar o nosso departamento como uma referência no futebol feminino a nível nacional”.
Perspetiva de futuro promissor
Ana Rita Ribeiro destaca uma evolução significativa desde começou a carreira no futebol feminino e garante que o desenvolvimento irá ser cada vez maior. “Houve um aumento exponencial na quantidade de clubes, no número de atletas e na qualidade do futebol feminino em Portugal, impulsionado por programas de desenvolvimento da Federação Portuguesa de Futebol e das Associações”, sublinha. “Ainda estamos a combater a ideia de que o futebol é exclusivamente masculino. Não é. Este é um processo de longo prazo, no qual todos podemos contribuir para a evolução e valorização do desporto feminino”.