No último ano, a criativa do Benfica e da Seleção Nacional conferiu um colossal salto valorativo à dimensão inteligentíssima do seu jogo.
Corpo do artigo
Muita gente argumenta que o 10 no desporto-rei está em vias de extinção. E até há mesmo quem defenda que a posição onde Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, e Diego Armando Maradona se tornaram lendários já não existe.
No entanto, Francisca Ramos Ribeiro Nazareth Sousa, que sempre se inspirou no ídolo Pablo Aimar, tem vindo a contrariar essas teses, adaptando o encantador perfume do seu futebol às exigências dos tempos modernos.
Os golos – e já são 71 pelo Benfica e sete com a camisola de Portugal desde que principiou a carreira profissional – e as assistências – 33 no total, entre clube e Seleção Nacional – fazem parte do quotidiano de Kika. Porém, aos 21 anos, a criativa não se resume (só) a isso e a sua evolução está muito longe de estagnar. Bem pelo contrário, sente-se e comprova-se de partida para partida.
Dentro de campo – e fora também –, a jogadora demonstra que se encontra num claro processo de crescimento. Aos dias de hoje, Kika está bastante mais forte nos duelos físicos e muito mais intensa na pressão que exerce sobre as adversárias, desce, frequentemente, no terreno para assumir a batuta e ajudar na primeira fase de construção, e, até, “rouba”, por diversas vezes, o esférico na sua área defensiva.
Além disso, no patamar ofensivo – organização e transição –, os seus movimentos sem bola têm abraçado otimizações e oferecido resultados. Ininterruptamente imprevisível, a “mágica” natural de Lisboa calca os três corredores – central, direito e esquerdo – e aparece, com facilidade, em zonas de finalização, apresentando uma constante infinidade de soluções às suas companheiras de equipa. Resumidamente, desempenha um papel de extrema importância em todos os momentos do jogo.
Depois de ter marcado presença entre as dez finalistas para o Golden Girl de 2022 – galardão atribuído, pelo jornal italiano “Tuttosport”, à melhor futebolista sub-21 do ano –, Kika Nazareth conferiu, ao longo dos últimos 12 meses, um colossal salto valorativo à dimensão inteligentíssima do seu jogo. Tornou-se completa, a sinfonia perfeita do número 10 da contemporaneidade.