Gabi Gonçalves, capitã do Länk, aborda o jogo decisivo com o Ouriense, em que só a vitória interessa para evitar a descida direta
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O Länk Vilaverdense recusa-se a deitar a tolha ao chão e continua na luta pelo play-off de permanência da Liga BPI. A equipa de Vila Verde, que ocupa a última posição da tabela com nove pontos, defronta o Ouriense, 11º classificado com mais um ponto do que o Länk, na derradeira jornada deste fim-de-semana. Com uma vitória, a equipa liderada por Adelina Esteves evita a descida direta e assegura a oportunidade de participar no play-off de permanência. Gabi Gonçalves, uma das capitãs do clube minhoto, afirma a O JOGO que o grupo está totalmente preparado para encarar este repto.
Jogo de tudo ou nada em Ourém. Qual é a vossa abordagem para esta última jornada?
-Apesar de este jogo ser decisivo, a nossa abordagem será sempre a mesma que nos jogos anteriores. Iremos encarar com toda a força, tal como temos vindo a fazer e a preparar ao longo desta semana.
Como tem sido essa preparação?
-O nosso método mantém-se inalterado. Temos trabalhado todos os pormenores, corrigir os erros que não podemos cometer e realçar os nossos pontos fortes. De treino a treino, de exercício a exercício, com máxima concentração e exigência.
O vosso historial de confrontos com o Ouriense afeta a mentalidade do grupo? O Länk venceu apenas em quatro ocasiões, enquanto o Ouriense venceu em 12, tendo ocorrido cinco empates.
-Isso conta o que conta. Será um jogo difícil, uma verdadeira final. Sairá vitorioso quem estiver mais determinado, quem se empenhar mais, quem entrar mais concentrado e agressivo. Também será um jogo de paciência, mas estamos preparadas para enfrentá-lo.
Que aspetos do jogo acredita que podem ser vantajosos para vencer o Ouriense?
-Sem dúvida, através do contra-ataque. Sabemos como defender e, em seguida, com poucos toques, podemos lançar a equipa em contra-ataque de forma rápida. Outro ponto forte é a nossa união dentro de campo. Temos a capacidade de unir todas as nossas forças e dar o máximo até ao fim.
Na jornada passada, venceram o Marítimo por 2-0, uma equipa que luta pelos lugares cimeiros. Os níveis de motivação do grupo estão elevados?
-A motivação dentro do grupo está no auge, especialmente depois de um jogo bastante positivo. Não estou a falar apenas dos três pontos conquistados, mas sim do desempenho em si. Estivemos muito bem. Conhecemos o nosso valor, tanto a nível coletivo como individual, e só precisamos de continuar a jogar como temos feito até agora para garantir a ida ao play- off e conseguir a permanência.
Contudo, neste momento de decisões e com um plantel tão jovem, sentem a pressão no vosso grupo?
-A pressão, por vezes, pode ser positiva, ajuda-nos a descobrir a nossa resiliência. Estou confiante de que as jogadoras transformarão essa pressão em determinação, garra e motivação para o jogo. Apesar de ser uma partida sob grande tensão, confio plenamente nas minhas colegas para transformá-la numa força positiva.
Com apenas 20 anos, a Gabi é uma das capitãs do Länk Vilaverdense . De que forma tenta encorajar as colegas?
-Por momentos, é difícil, mas há sempre alguém que ajuda. Tento mostrar-lhes que há sempre mais um jogo e que pode ser diferente. Não faço este trabalho sozinha, há pessoas dentro do grupo que ajudam, o que torna tudo mais acessível. Há sempre uma mão amiga e isso é muito bom.
A equipa sente que podia ter feito mais e melhor esta temporada?
-Não foi uma temporada fácil. A nossa equipa não começou da melhor forma, mas houve uma grande mudança desde então. O coletivo cresceu e os resultados na segunda metade da temporada mostraram o nosso trabalho árduo e sacrifício. Foi uma temporada de crescimento e aprendizagem, pois enfrentar estímulos como este contribui para o nosso amadurecimento e compreensão das várias situações que o futebol nos coloca.
Época mais consistente com chamada à seleção de Sub-23
Apesar de, coletivamente, o Länk Vilaverdense protagonizar uma temporada abaixo das expectativas, Gabi sobressaiu. Participado em 23 jogos e contribuiu com dois golos. Além disso, foi convocada para a seleção nacional de sub-23. “Cada temporada possui o seu próprio valor. Foi uma época satisfatória, onde pude evoluir e realizar o sonho de integrar a Seleção. Também tive a oportunidade de jogar regularmente, o que é motivo de satisfação para qualquer jogadora. Sinto que melhorei nas áreas que precisava e cresci ainda mais nas que já dominava. No entanto, é importante ressalvar que o destaque de uma jogadora nunca é obra apenas dela”, afirma a avançado.