Futebol feminino em discussão na Conferência O JOGO: comparar com o masculino é "muito injusto"
O JOGO organiza mais uma conferência, desta feita no Marco de Canaveses, onde se projeta o futuro do futebol feminino.
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O futebol feminino está em debate no Emergente Centro Cultural do Marco de Canaveses, numa ação em parceria com o jornal O JOGO e a autarquia.
Investir, e mais “envolvimento associativo” nos projetos da FPF, tendo “os clubes como suporte” constituem, segundo Mónica Jorge, diretora do futebol feminino da FPF, as bases para a “sustentabilidade” de um desporto em crescimento e que “pode ser disputado por todos, sem a lógica atlético-fisiológica”, como diz Luís Freitas Lobo, na sua intervenção no primeiro painel subordinado ao tema Vias para o desenvolvimento do futebol feminino em Portugal.
Pela sua experiência, Mónica Jorge pede para que “não se entre em modo de comparação” entre homens e mulheres praticantes, porque essa é uma via “muito injusta”, frisando para as naturais diferenças fisiológicas, pois “as mulheres têm necessidades” e implicações biológicas próprias. Olhar para o fenómeno numa perspetiva essencialista é redutora e geradora de estereótipos negativos, empobrecendo a dimensão desportiva.
Por isso, sugere Mónica Jorge, é importante que se olhe “como desporto, ver o talento, como jogo evoluído”, sobretudo, como “especificidade”: “como o nosso jogo”, reforçou.
Luís Freitas Lobo concorda e acrescenta-lhe a “inteligência, a ginga, a matreirice”, atributos que o comentador já deteta no futebol feminino que, ao contrário do futebol masculino, “passou do físico para a técnica”.
Eduardo Filipe ofereceu o exemplo do Marco 09, cuja aposta tem suscitado a cobiça de clubes como o Sporting nas meninas e jovens futebolistas marcoenses.