"Como já dizia a música, 'ser da Madeira e do Marítimo, é ser madeirense duas vezes'"
Joana Silva, defesa de 19 anos, faz juras de amor ao clube do coração, o Marítimo, e sonha em deixar uma marca no futebol.
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Eis uma grande história de amor. Joana Silva, defesa de 19 anos, veste a camisola do Marítimo desde que se lembra, no qual encontrou um ambiente familiar e uma zona de conforto. Fora dos relvados, a madeirense investe noutra paixão. A licenciar-se em Psicologia, Joana deseja conciliar os estudos com o futebol, continuando a jogar a nível profissional, algo que, acredita, vai conseguir.
A Joana nasceu e cresceu para o futebol no emblema da sua terra, o Marítimo. O que significa o clube para si?
-Tudo começou através da minha irmã mais velha. Na minha infância, jogávamos muitas vezes em casa e a partir daí nasceu a minha paixão. Tenho uma relação filial com o Marítimo, não só porque fiz cá a maior parte da minha formação futebolística, mas sobretudo porque o clube me proporcionou todas as condições para concretizar o sonho da minha vida: ser uma jogadora profissional. Por ser ilhéu, existe um sentimento de pertença muito exacerbado. O meu ADN é maritimista, por isso amo o meu clube. Como já dizia a música, "ser da Madeira e do Marítimo, é ser madeirense duas vezes". O Marítimo representa mais do que um clube, mas sim a diáspora madeirense dispersa mundialmente.
O Marítimo tem realizado boas épocas na Liga BPI, todavia, esta temporada tem estado aquém das expetativas e ocupa o 11.º lugar da tabela. Que análise faz ao momento?
-Por diversos motivos, o Marítimo ainda não conseguiu demonstrar a qualidade e a força do seu plantel, estando aquém dos objetivos, mas, felizmente, a época ainda não acabou. Acredito e faremos tudo o que estiver ao alcance para melhorarmos os resultados.
Apesar da sua tenra idade, é uma das atletas mais importantes do clube e tem protagonizado uma boa temporada, contabilizando 11 jogos e um golo. Que metas definiu para esta época?
-Acredito que, num desporto coletivo, deve prevalecer sempre o valor do grupo. O meu papel consiste, acima de tudo, em representar o meu clube da melhor forma. A minha valorização passa pela valorização do meu clube.
E fora dos relvados, a Joana também tem dado cartas. Frequenta a licenciatura em Psicologia e pretende ingressar no mestrado em Psicologia do Desporto.
-Sou determinada, ambiciosa e com uma forte vontade de aprender. Quero completar a minha licenciatura e depois o mestrado, e também colocar o meu nome entre as melhores no futebol feminino. E vou conseguir.
Por falar em ambições, a Joana é internacional sub-19 portuguesa e tem um percurso sólido na Liga BPI. No futuro, onde pretende chegar?
-De facto, não existe melhor sensação do que jogar pelo nosso país, sabendo que estamos a representar e honrar as gerações passadas. É uma honra indescritível e um imenso privilégio representar o nosso país. Trata-se de um sentimento inexplicável ouvir e cantar o hino, arrepia-me da cabeça aos pés.
Ambiciono ser uma jogadora com uma vasta carreira internacional e deixar uma marca. Nos próximos cinco anos, espero representar um grande clube europeu com acesso às competições europeias. Também gostaria de jogar uma Champions League e um Mundial.
"Cristiano Ronaldo sempre será a minha referência, por tudo aquilo que fez pelo futebol. Ultrapassa todos os limites"
E quem é a referência no mundo do futebol que a tem ajudado a trilhar o caminho?
-Cristiano Ronaldo sempre será a minha referência, por tudo aquilo que fez pelo futebol. É um jogador que ultrapassa sempre os limites, demonstrando que não basta apenas o talento. É, da mesma forma, necessário trabalharmos arduamente e continuamente para conseguir potencializar o melhor que temos e para alcançar os nossos objetivos, mesmo os mais irrealistas.
Sente que o futebol feminino tem vindo a crescer nos últimos anos?
-Existe uma maior aceitação e respeito pelo papel desenvolvido pelo futebol feminino na nossa sociedade, o que se reflete numa maior adesão por parte do público para assistir aos jogos. Mas é fundamental continuar neste bom caminho. Para isso devemos ser todos agentes de mudança para melhorar e proporcionar mais condições para o futebol feminino.
A sua família temum papel importante na sua carreira?
-A minha família sempre me apoiou de forma incondicional e representa o meu porto de abrigo, onde encontro sempre os alicerces fundamentais para o desenvolvimento da minha carreira futebolística e para recarregar as minhas forças.
E quais são os seus desejos para 2023?
-Espero que o Marítimo possa voltar a ter bons resultados, que reflitam o verdadeiro valor e qualidade do seu plantel feminino, masculino, incluindo a equipa técnica e massa associativa.
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