Aitana Bonmatí: “Estamos a pedir condições dignas, não o mesmo salário que os homens”
A melhor jogadora da última edição da Liga dos Campeões e do Campeonato do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia deixou uma espécie de recado sobre aquilo que as futebolistas do sexo feminino pretendem.
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Aitana Bonmatí foi homenageada na sua terra natal há alguns dias, depois de ter vivido a melhor temporada da carreira: venceu a nona edição do Campeonato do Mundo com a Espanha – foi eleita a melhor jogadora da competição – e conquistou um “triplete” pelo Barcelona – Liga dos Campeões, campeonato espanhol e Supertaça de Espanha –, sendo distinguida como a melhor futebolista da prova suprema de clubes do Velho Continente.
Aproveitando essa ocasião, foi filmado um episódio do programa “Salvados”, em que a médio natural de Sant Pere de Ribes, município na comarca de Garraf, na Catalunha, é a protagonista, falando sobre o seu percurso no desporto-rei e as atuais exigências das futebolistas espanholas.
“Quando comecei a jogar, tinha seis/sete anos e era a única rapariga. Tive muitas lutas pelo facto de ser mulher. Desde insultos até mesmo brigas. Quem diria que hoje este campo teria o meu nome”, começou por referir.
A atleta, de 25 anos, considerada a jogadora do ano para a UEFA, deixou ainda uma espécie de recado sobre aquilo que as futebolistas do sexo feminino pretendem. “Estamos a pedir condições dignas, não o mesmo salário que os homens. Estamos a falar da primeira divisão de futebol profissional feminina – referência à Liga F – e, na maior parte das coisas, aquilo que mudou foi só colocarem o termo profissional”, apontou.
Questionada sobre se esperava uma atitude mais veemente por parte dos futebolistas masculinos em relação às situações que têm ocorrido na Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) – cujo caso mais mediático foi o polémico beijo que Luis Rubiales deu a Jenni Hermoso –, Aitana Bonmatí foi perentória na resposta: “Não, nem por isso.”