O Ministério da Saúde parou de publicar relatórios da pandemia à escala provincial durante um mês, mas o último relatório das autoridades de saúde, divulgado no sábado, aponta para "tendência ascendente ou início de pico" em oito províncias
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Teerão anunciou este domingo um boletim nacional de quase 7.000 mortos, alertando para o agravamento da pandemia de covid-19 em novas províncias do Irão.
O porta-voz do ministério da Saúde, Kianouche Jahanpour, disse que o país registou 51 mortes adicionais nas últimas 24 horas, elevando o total do país para 6.988.
Jahanpour alertou para o agravamento da situação na província de Lorestan (oeste) e, em certa medida, em Kermanchah (oeste) e Sistan-Baluchistan (sudeste), com o aumento de casos de infeção.
"A província de Khuzestan está ainda numa situação crítica", acrescentou.
Classificada como "vermelha" - o nível mais alto de risco, de acordo com o código de cores adotado pelo Governo para medir o risco de propagação -, é a única província em que as restrições foram repostas, incluindo o encerramento de lojas comerciais não essenciais, após uma flexibilização nacional anunciada em abril.
O Ministério da Saúde parou de publicar relatórios da pandemia à escala provincial durante um mês, mas o último relatório das autoridades de saúde, divulgado no sábado, aponta para "tendência ascendente ou início de pico" em oito províncias.
Na passada sexta-feira, a República Islâmica registou o maior número de novas infeções num mês. No entanto, um epidemiologista do Comité Nacional de Combate ao Coronavírus atribuiu o aumento de casos confirmados ao agora elevado número de testes.
Segundo Jahanpour, o Irão registou 1.806 novos casos de contágio num dia, elevando o número total para 120.198, e 94.464 dos pacientes hospitalizados recuperaram da doença e tiveram alta, desde a deteção dos primeiros casos de covid-19, na cidade xiita de Qom, em fevereiro.
No estrangeiro, mas também dentro do país, especialistas e autoridades suspeitam que os números oficiais estejam a ser amplamente subestimados.
O Irão cancelou os comícios do Dia de Jerusalém, realizados todos os anos em solidariedade para com os palestinos e apenas um discurso do líder, o aiatola Ali Khamenei, vai ser transmitido pela televisão estatal na sexta-feira.