"Claramente, aconteceram coisas que não sabemos", afirmou o Presidente de França.
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As autoridades da cidade onde começou o surto do novo coronavírus, em dezembro passado, anunciaram esta sexta-feira que mais 1.290 pessoas morreram em Wuhan, o que eleva o número total de óbitos locais para 3.869. Com esta atualização, o número de vítimas mortais na China subiu para 4.632.
Estes casos não tinham sido ainda contabilizados nas estatísticas oficiais porque, no auge da epidemia na cidade, alguns pacientes morreram em casa, sem terem sido atendidos nos hospitais, então sobrelotados. Os números oficiais só incluíam, até aqui, mortos nos hospitais, indicaram, na nota difundida nas redes sociais.
Com 11 milhões de habitantes, Wuhan, capital da província de Hubei (centro), esteve mais de dois meses sob quarentena, com entradas e saídas bloqueadas.
Em quase todos os países europeus e nos Estados Unidos, a taxa de letalidade é superior a 10%, quase o dobro do registado pela China, mesmo com esta atualização das autoridades de Wuhan. Vários líderes mundiais questionaram já a gestão da crise pelas autoridades chinesas.
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Na quinta-feira, em entrevista ao jornal Financial Times, o Presidente de França, Emmanuel Macron, considerou existirem zonas cinzentas na gestão da epidemia pela China. "Claramente, aconteceram coisas que não sabemos", notou.
Também na quinta-feira, o Governo chinês refutou alegações de que a pandemia da covid-19 teve origem num laboratório perto da cidade de Wuhan, onde amostras de doenças contagiosas estão armazenadas.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Zhao Lijian citou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) e outros especialistas médicos não identificados para argumentar que não há evidências de que a transmissão tenha começado no laboratório.
"Não há base científica para essas alegações", afirmou. "Sempre defendemos que esta é uma questão científica, que requer a avaliação profissional de cientistas e especialistas médicos", disse Zhao aos jornalistas, em conferência de imprensa, sobre estas alegações publicadas pela imprensa norte-americana, sem citar provas concretas.