FORA DE JOGO - Entrevista a Sónia Araújo, apresentado de televisão
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Sónia Araújo será um dos rostos mais simpáticos aos olhos dos portugueses. Um sorriso imenso, uma cara muito bonita, e uma grande dançarina. Há 25 anos a fazer a Praça, com a mesma alegria todos os dias e um extraordinário sentido de missão - fazer a pessoas felizes. E, claro, é uma grande portista.
Podias ter feito uma carreira profissional na dança (tens muito jeitinho mesmo...) Por que é que isso não aconteceu?
- Obrigada pelo elogio. Quer dizer que os anos de formação em dança clássica não foram totalmente perdidos (risos) Durante um tempo, a dança foi mesmo a minha profissão. Quando fiz audição/ casting para o programa 1, 2, 3 da RTP e fui bailarina residente do programa durante três temporadas ou mais. Depois desse programa fiz mais uns poucos programas e trabalhos como bailarina. Nessa época vivi em Lisboa.
Em pequenina sonhavas ser uma apresentadora de televisão famosa, como és hoje?
- Quando era pequenina, não tinha nada a ideia de ser apresentadora. Eu queria ser bailarina, esse, sim, era o meu sonho. A televisão não estava nos meus planos.
Quem te vê no écran há de dizer que nasceste para "isto". Concordas?
- Não acho nada disso. (risos) Fui fazendo o meu caminho. Na altura que dancei em televisão, aprendi imenso como me "fazer às câmaras" (gíria televisiva), mas isso não chega. Não fiz formação em jornalismo ou comunicação. A minha licenciatura é de Direito. Portanto, o que aprendi foi "fazendo" e vendo "fazer". Observando bons profissionais aprende-se muito. E gosto, sim, de comunicar, daí o meu "à vontade". Gosto do que faço.
O Francisco, o Tomás e a Carolina, os teus filhos, são críticos do teu trabalho na televisão?
- Sim, os meus filhos, apesar de não verem o meu programa pois estão na escola, são críticos e emitem alguma opinião sobre o meu trabalho ou sobre determinados assuntos .
Tem sido difícil criar gémeos?
- Criar gémeos é sem dúvida um desafio. Criar filhos de uma maneira geral é uma aventura e responsabilidade, mas boa. Quanto a gémeos, é pensar que tudo o que implica ter uma criança a seu cargo, é isso tudo a dobrar!! É uma casa cheia, barulhenta, mas feliz! Mas eu sou despachada e não ligo muito o "complicómetro"!
O futebol não é muito a tua praia, mas és portista, certo?
- Como todos sabem, sim, sou portista
Já festejaste vitórias do FC Porto na rua?
- Já festejei várias vitórias do FC Porto na rua, nos estádios, em competições internacionais!
Disseste numa entrevista que não sabias como teria sido a tua vida se tivesses ido trabalhar para Lisboa. O país ainda é "Lisboa e o resto é paisagem"?
- Se tivesse ido viver para Lisboa, de facto, a vida iria ser diferente, não sei se melhor, se pior, mas amo viver no Porto. O país ainda está muito centralizado na capital, mas quando se diz que o resto é paisagem, cada vez mais "essa paisagem" é valorizada e muitas vezes das melhores opções para viver com qualidade. Temos um país muito bonito, só lhe falta mais organização e equitatividade.
Tantos anos a fazer a Praça da Alegria e todos os dias surges com um bonito sorriso. Não te fartas de fazer o programa?
- Estou na "Praça" há 25 anos! É uma vida, mas continuo feliz, e com muito gosto no que faço. Claro que quero e queremos, enquanto equipa, fazer mais e melhor todos os dias. É uma tarefa difícil para todos. Para o apresentador, o diário representa um desgaste pessoal e profissional grande, há coisas que não dependem de nós, mas também é muito gratificante. É, ao mesmo tempo, uma escola de vida, com tanta gente e histórias que conhecemos.
É preciso coragem e força para manter um programa tantos anos feito a partir do Porto. Concordas?
- O CPN (Centro de Produção do Norte) é uma força da natureza, tem sido muito resiliente e tem material humano de muito valor. A Praça da Alegria é um caso histórico televisivo e de sucesso.
O Jorge Gabriel disse-me, na semana passada, que tu és "uma companheira de vida". Pensas o mesmo em relação a ele? Ele é fácil de aturar, mesmo quando o Sportig perde?
- Ser considerada uma "companheira de vida" é muito lisonjeador, e o Jorge Gabriel é sem dúvida um excelente companheiro para as minhas manhãs ou qualquer outro programa que apresentemos. Sabemos completar-nos com as nossas diferenças e com os pontos que nos aproximam e temos um respeito mútuo importantíssimo. E galhofamos muito também!!! (risos)
Pode dizer-se que a RTP é a tua casa desde sempre. Nunca foste tentada a mudar de estação?
- A RTP é a minha segunda casa, onde me sinto bem e sou valorizada, mas para responder à pergunta, sim, já fui aliciada pela concorrência.
És uma pessoa feliz?
-Sou feliz sim, tenho uma família maravilhosa, amigos que me querem bem, um trabalho que me completa, e saúde! Sempre a querer fazer feliz quem está à minha volta.