ENTREVISTA, PARTE II - André Luiz, extremo do Rio Ave, assinou o empate na Luz, mas não recebeu apenas mensagens de parabéns no rescaldo
Entre golos e assistências decisivas, foi na Luz, onde começou no banco (ele e Clayton, aliás), que teve para já o momento mais alto.
Sendo os jogadores mais decisivos, como é que o André Luiz e o Clayron encararam ficar no banco num palco tão importante?
-O jogo contra o FC Porto foi desgastante e, como tínhamos três jogos numa semana, o treinador disse-nos que ira gerir e que iríamos ser as armas secretas na Luz. Dissemos, entre nós, que, apesar de ser um treinador top, o Mourinho tinha chegado um dia antes e que dava para ganhar. Ao intervalo, com 0-0, o treinador disse-nos que o jogo estava à medida de nós os dois e, quando entrámos, sentimos que podíamos fazer a diferença. Sofremos um golo aos 86 minutos, mas logo a seguir empatei. Quando dominei a bola, o Otamendi e o Aursnes começaram a andar para trás. Como o Aursnes não veio ter comigo, dominei a bola a fui na direção dele, puxei para dentro e dei uma chapada na bola.
E como fui viver esse momento?
-Foi surreal. Tive um primeiro lance em que deveria ter cortado para dentro e chutado, mas pensei "na próxima poderia fazer isso". No primeiro lance cortei para o lado e toquei para o Clayton, mas depois disse 'não vou tocar essa'. Quando fiz o golo, marcando no Estádio da Luz, aos 90 minutos, foi incrível. No final, durante alguns minutos, não estava a acreditar. O Petrasso abraçou-me e agradeceu-me, dizendo, 'mano, que golaço!" Nunca tinha sentido algo assim na carreira. Quando vi a repetição, nem queria acreditar que tinha sido eu a fazer aquele golo.
O telefone tocou muito?
-Não parava. Eram os meus amigos do Brasil e os adeptos do Benfica, que mandavam mensagens pelas redes sociais, a dizer que perderam apostas por culpa minha e que iriam apanhar-me em Vila do Conde. Recebi ameaças e até sobrou para a minha esposa, mas não valorizámos isso, e só quero que aconteçam mais golos desses. No Brasil, toda a gente estava a acompanhar e ficaram muito felizes. O golo teve milhares de visualizações em pouco tempo.