Extremo do Rio Ave vive um grande momento e é um dos protagonistas neste arranque de época, com um golo na Luz pelo meio a servir de cartão de visita
Corpo do artigo
Leia também Diogo Costa para blindar onze base e valor da cláusula pode baixar
Começou em grande esta temporada. É o seu melhor arranque?
-É a melhor fase da minha carreira. Conversei com o treinador na pré-época e ele disse-me o que queira, dando-me confiança e estabelecendo um número de golos e assistências. Se der certo, prometi que lhe pago um jantar.
E que explicação encontra para este momento?
-No ano passado faltava-me um pouco de confiança. Este ano, tenho analisado os meus jogos e achei que podia ficar mais tempo com a bola, corrigindo algumas coisas, mas isso só é possível com a ajuda da equipa. O Vrousai está sempre a incentivar-me para ir para cima dos adversários, assim como o Ntoi. E o Petrasso diz-me sempre para decidir na frente que eles atrás seguram. Não há nada melhor do que sentir a confiança dos companheiros.
Recuando um pouco. Em janeiro, o Rio Ave pagou cerca de dois milhões de euros pela sua contratação. Como foi esse processo?
-O meu empresário informou-me que tinha propostas do V. Guimarães e do Rio Ave. O presidente [do Estrela] disse-me que eu iria para o V. Guimarães, que oferecia três milhões. Mas o pessoal do Rio Ave mostrou mais interesse e isso contagiou-me, até porque mandei uma mensagem ao Clayton e ele disse-me que o Rio Ave era top. O presidente do E. Amadora afirmou que ou iria para o V. Guimarães ou ficaria no E. Amadora, e eu disse-lhe que não ficava, saindo stressado da reunião. Mas, depois, tudo se resolveu...
E sentiu que era a escolha certa porquê?
-Liguei ao David Luiz, que também me disse para vir para o Rio Ave. A adaptação foi fácil, até porque adorei a cidade, mas confesso que, no início, senti dificuldades com o frio. A dinâmica da equipa era diferente e encontrei jogadores com muita qualidade, como o Tiknaz, o Aguilera, o Clayton, o Tiago Morais ou o Martim Neto. Fiz boas amizades e o Petit ajudou-me muito.
Já agora, como surgiu a possibilidade de jogar em Portugal?
-Queria sair para poder jogar e o meu empresário falou-me da possibilidade do E. Amadora, O treinador Sérgio Vieira ligou-me e decidi vir para Portugal para jogar na I Liga, até porque não estava a jogar no Flamengo.
Tinha noção do que era o campeonato português?
-Não. Conhecia o Benfica, o FC Porto, o Sporting, o Braga e pouco mais. Fiz um jogo-treino com o Estoril e fiquei logo abafado pela intensidade, era tudo muito rápido. Um amigo de infância disse-me que eu não tinha noção do meu talento, e que bastava saber usá-lo. Mas, pensei que, com tanta correria [em Portugal], não iria conseguir jogar. Comecei a entrar nos jogos e deu certo. Era ponta-de-lança e só nessa altura comecei a jogar como extremo. Fiquei uma temporada e depois assinei em definitivo.
Voltando à atualidade, o Rio Ave conseguiu finalmente a primeira vitória. O que podem fazer esta época?
-Sabíamos que seria uma fase complicada pelo grau de dificuldades dos jogos contra equipas do topo, como Moreirense, Braga, FC Porto ou Benfica. Mas esta vitória contra o Tondela trouxe alívio e confiança. Queremos continuar o caminho de vitórias e ganhar a qualquer adversário, sem traçar, para já, grandes metas.