João Alves e Sequeira, vitoriosos no Dragão em 2004/05 e 2019/20, último triunfos referentes à liga, abordam ressaca europeia e dificuldades de consistência dos guerreiros
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A pior ressaca europeia, o mais temível adversário e o mais hostil campo para desfazer os danos de um pesadelo em solo grego. E o mais curto intervalo para curar a alma e levantar o astral. É nestas circunstâncias que cabe a Carvalhal suster os estragos no Dragão, envolvido pelas dúvidas de algum desnorte exibicional e pela imperiosa necessidade de medir esforço nas pernas de alguns atletas. Duas derrotas seguidas só apanharam o Braga de Carvalhal no anterior ciclo por três vezes, e em dois deles o FC Porto esteve no calendário. Mas o treinador também tem razões de olhar esperançado para o Dragão. Afinal, a última vitória minhota no palco portista aconteceu com ele ao leme, na meia-final da Taça de 2020/21, por 2-3.
Primeiro sinal de alento, atire-se fonte de inspiração, por mais distantes que sejam os protagonistas. Mas os guerreiros nem têm de recuar muito para se encontrarem outro álbum de boas memórias, igual vitória no Dragão, por 1-2, então com Rúben Amorim, golos de Fransérgio e Paulinho, este decisivo, selando assistência de Sequeira. O lateral, agora no Pendikspor, da Turquia, falou a O JOGO sobre o delicado momento do Braga, sacudindo o estado anímico, até pela ligação a Carvalhal, com quem venceu a Taça de Portugal. “Conhecendo-o como conheço, não dá tempo aos jogadores para ficarem de luto. A frustração por um mau dia já acabou, o foco voltou. É um treinador muito positivo, vai motivar os atletas de uma maneira que só ele sabe! É uma grande mais-valia do míster saber lidar com os jogadores e puxá-los para cima em momentos menos bons”, avalia Sequeira, pondo as mãos no fogo pelo inconformismo no balneário. “O Ricardo Horta e o Matheus, pelos anos que levam ali, sabem como dar a volta, são líderes e jogadores de caráter. Vão reunir as tropas. Não duvido de uma boa resposta no Dragão. Os índices de motivação nestes palcos são sempre mais elevados”, atesta o lateral-esquerdo, identificando dificuldades de ligação na equipa que tendem a ser superadas. “Foi um início atribulado, saiu um treinador e as ideias do Carvalhal ainda não estão cem por cento em prática. O Braga tem estado inconsistente, mas a qualidade existe, é uma questão de tempo voltar às performances a que nos habituou”, evidencia, traçando um caminho natural. “Para o individual sobressair o coletivo tem de estabilizar; chegando a esse ponto, também virão ao de cima todas as capacidades do treinador e dos jogadores”, analisa Sequeira