Presidente dos minhotos desceu ao balneário antes do treino matinal e arrasou atletas por erros infantis e descuidos imperdoáveis
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Alerta feroz de António Salvador, os jogadores saíram com orelhas a arder de uma intervenção do presidente do Braga antes do treino matinal, na quinta-feira, que se seguiu ao despiste em casa com o Bodo/Glimt, segunda derrota nesta Liga Europa, quarta da época e um saldo de quatro vitórias nos últimos dez jogos a gerar inquietação e irritação na cúpula, numa contabilidade que embaraça a evolução dos últimos anos dos guerreiros.
Ao que foi possível apurar, foi uma das investidas mais duras de António Salvador no passado recente, sabendo O JOGO que o técnico foi poupado das incisivas críticas. Atletas desafiados a mudarem registo.
Numa época que já motivou uma chicotada, o técnico não foi, sabe O JOGO, tão visado na mensagem. Os jogadores centraram atenções pela soma de erros fatais, de índole individual, dos colapsos emocionais aos descuidos comportamentais. O resultado desastroso contra o campeão norueguês acentuou um clima de desconfiança das bancadas com vários desempenhos individuais sofríveis. Niakaté sai como réu por uma expulsão infantil e inexplicável, vendo dois amarelos em duas faltas consecutivas a meio-campo, praticamente como atos contínuos a um golo seu.
Num discurso furioso e corrosiv
o, dinamitando egos ou reações na repetição da expressão “tolerância zero”, Salvador deixou claro que não será minimamente compreensivo com mais distrações no plano individual e faltas de atitude da equipa. Assolados por um abalo no duelo europeu e por uma violenta tempestade verbal, vinda de quem manda, o plantel está obrigado a uma reação enérgica urgente, havendo que contar entre os próximos cinco jogos um dérbi contra o Vitória, para a Taça da Liga, uma deslocação à Suécia, na Liga Europa, e ainda uma receção ao Sporting. A margem de erro passou a ser nula, o Braga tem desiludido e há jogadores que podem sofrer despromoções, se não arrepiarem caminho ou afinarem o foco.
Vários alvos atingidos
Para o desagrado de Salvador, em forma de veemente reprovação, contribuiu a expulsão de Niakaté, mas também uma recente de Mbi, outro flagrante descontrolo emocional, que complicou a vida na derrota frente ao Vitória, na Pedreira. Ainda foram dissecados os golos praticamente oferecidos por André Horta na Grécia e o adormecimento coletivo no golo do FC Porto no Dragão, que ditou o 2-1 e um tributo ao apanha-bolas. No que foi rescaldo do último jogo, não foi só Niakaté a ser convocado para meter a mão na consciência. A pálida exibição de Zalazar foi, por exemplo, identificada.
No que toca a expulsões infantis, Mbi foi obrigado a refletir sobre a sua diante do Vitória, o mesmo poderá acontecer com Niakaté, já que ambos os vermelhos foram gratuitos pelo comportamento dos defesas, em duas partidas em que o Braga se posicionava, no calor do jogo, para reagir a resultados desfavoráveis. Salvador e Carvalhal esperam melhor resposta na receção ao Farense.