Khedira recorda El Clásicos: "Ronaldo estava sempre pronto. Pegava em ti…"
Antigo médio alemão jogou no Real Madrid entre 2010 e 2015 e acredita ter participado "nos melhores" El Clásicos da história
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Sami Khedira, antigo internacional alemão que jogou no Real Madrid entre 2010 e 2015, recordou esta terça-feira os El Clásicos que realizou nesse período diante do Barcelona, não hesitando em defender que foram “os melhores da história”.
“Aqueles Madrid-Barça são os melhores da história. Digo-o, claro, porque estava em campo, mas também muitos adeptos o dizem. Era Mourinho contra Guardiola, Cristiano contra Messi, a capital contra Catalunha... Foram jogos de intensidade máxima, jogados a um nível altíssimo. Eram emocionantes, com um nível de futebol brutal e aquilo que fizemos teve muito mérito, porque quando começámos em 2010, o Barcelona era superior e, no espaço de um ou dois anos, eliminámos a diferença. O Barça era mais técnico, sim, mas nós tínhamos uma mentalidade e disciplina tática... Éramos guerreiros em campo e em cada jogo sentíamo-nos como gladiadores em Roma. E com qualidade, com jogadores como Xabi Alonso, Ozil, Cristiano Ronaldo... Foram três anos muito especiais e muitos adeptos adorariam que voltassem, até na Alemanha mo dizem”, revelou, em entrevista ao jornal Marca.
Questionado sobre quem eram os maiores líderes do balneário “merengue” nesse período, o ex-médio de 37 anos destacou Sergio Ramos, mas também guardou uma menção especial para o “motivador” Cristiano Ronaldo e para José Mourinho, que o treinou nos seus primeiros três anos na capital espanhola.
“Casillas era o capitão, mas o líder era Sergio Ramos, porque tinha lá dentro aquele sangue espanhol o ADN do Real Madrid. Mas depois, claro, está Cristiano Ronaldo, que estava sempre pronto para estes jogos [El Clásicos]. Pegava em ti e começava a dizer coisas para te colocar no topo. ‘Vamos Sami, sê agressivo. Mesut [Ozil], saca a tua magia. Di María, apanha a bola e enfrenta-os...’ Ele preparava-nos a todos mentalmente nestes jogos, era um motivador. E depois estava Mou, que era um génio nestes jogos, como os preparava! Claro que a obsessão, o grande problema, era travar Messi, mas era a obsessão de todos, não só de Mou. Tudo isto criava um ambiente incrível antes dos jogos. Sabíamos que tínhamos de dar mais do que 100%”, vincou.
De resto, o campeão do Mundo pela Alemanha em 2014, que se retirou dos relvados em 2021, considerou que o compatriota Mesut Ozil “era como” Zinedine Zidane e reforçou os seus elogios a Ronaldo, lembrando que o capitão da Seleção Nacional “nunca falhava” aos “merengues”.
“Jogador mais especial que tive no Real Madrid? Toda a gente entende que é Cristiano. Para ganhar jogos, o homem era Cristiano, porque nunca falhava, estava sempre lá. Precisávamos de um golo, davas a bola ao Cristiano. Mas o jogador mais especial, para mim, era Mesut Ozil e explico-o com a sua saída. No dia em que se foi, todos dissemos a Florentino [Pérez, presidente]: ‘Porque é que o vendeste?’ Dissemo-lo todos, Benzema, Cristiano, Ramos... Ozil era um absoluto génio, um mago de verdade. Eu jogava atrás dele, davas-lhe mal um passe e ele controlava a bola com uma facilidade... Nunca vi um jogador com essa classe e qualidade, de verdade”, referiu.
“Se Ozil podia ter vencido a Bola de Ouro? Não sei, porque estavam Cristiano e Messi e também Xavi e Iniesta, que para mim deveriam ter ganhado uma. Mas sim, Ozil tinha esse potencial e, ainda que tenha feito uma grande carreira, teria diferente no Real Madrid. Ele disse-me que foi um erro grave da sua parte deixar o Madrid, porque tinha tudo aqui. O Bernabéu amava-o, jogava com anjos... Ele realmente jogava como Zidane, se virem os seus controlos em vídeos no Youtube... Mesut era como ‘Zizou’”, concluiu Khedira.