FC Porto arrancou bem mas passou por calafrios em Famalicão, levando Conceição ao desespero e a voltara sublinhar a necessidade dotar o plantel de maior equilíbrio
Corpo do artigo
1 - O Famalicão agitou alguns fantasmas que assombraram o FC Porto na última época. Depois do bom arranque, a exibir a tração dianteira que Toni Martínez acrescenta à equipa, nomeadamente na busca da profundidade (Taremi baixa e tira partido da visão e capacidade de passe), os portistas mostraram uma instabilidade exibicional que levou Sérgio Conceição ao desespero.
Pela mente do treinador terão passado os pontos perdidos nas jornadas iniciais do último campeonato, que ele próprio já apontou esta época como responsáveis pela perda do título. No final, 21 centímetros de fora de jogo mantiveram os dragões no topo da tabela, mas algumas feridas ficaram expostas.
Veremos se há no plantel capacidade para as cicatrizar ou se Conceição verá os seus alertas quanto à necessidade de reforços confirmados da forma mais dolorosa. Uma deslocação ao Marítimo nunca é de fiar...
2 - Diz-se que o futebol é fértil em surpresas, mas é-o igualmente em contradições e contrassensos que fazem dele algo mais do que mero "tubo de ensaio" da vida.
A equipa fair-play de 2020/21 (Moreirense) recusou adiar o jogo contra um Santa Clara debilitado pela covid e entre eliminatórias europeias mas não foi além do empate e só no último suspiro; o seu treinador, João Henriques, queixou-se e atribuiu a expulsão de Rodrigo Conceição ao sobrenome, depois de há uns anos ter tido uma polémica com o pai; várias vozes queixaram-se do calor e não é para menos: jogar em Faro às 11 da manhã e em Portimão às 15h30 em pleno agosto é de loucos, mas há o outro lado, são as operadoras televisivas que pagam o espetáculo e os artistas.
E se perguntassem ao Amaro Antunes como é ganhar a vida e a Volta a pedalar agosto fora sob a canícula?