Com a liga francesa arrancou também o canal criado para transmitir a maioria dos jogos, sendo uma incógnita quanto poderá render
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Os clubes da Ligue 1 francesa, a primeira divisão, estão a torcer pelo sucesso financeiro do canal que foi criado para retransmitir a maioria dos jogos do campeonato, o Ligue 1+, na sequência do colapso da Mediapro e da desistência da DAZN. Os indicadores da primeira semana de existência (600 mil assinantes) dão esperança aos 18 emblemas gauleses, cujas finanças se viram seriamente afetadas pelas dificuldades de rentabilizar os direitos televisivos, que, segundo cálculos do jornal “L’Équipe”, têm garantidos apenas 80,5 milhões de euros… a dividir por todos!
A DAZN, recorde-se, abdicou do milionário contrato (pagaria 400 M€ anuais), entregando agora como compensação pela desistência, a um ano do início previsto do acordo, 85 M€. A esta verba, que reverte para os 18 clubes, juntam-se várias outras, como o pagamento da beIN Sports pela transmissão de um jogo ao sábado (78,5 M€) ou os direitos internacionais (129 M€, quase integralmente a uma dezena de equipas cotadas no ranking da UEFA). A isto juntam-se outros valores que a liga francesa recebe pelos resumos e 40 milhões de euros pela Liga 2, ascendendo a um total superior a 330 milhões. Se fosse líquido e a dividir pelos 18 primodivisionários nem seria mau, só que não é assim...
Desse bolo de 334 milhões de euros, é preciso subtrair uma série de custos, desde a taxa destinada a financiar o desporto amador, aos encargos com a sede da Liga e os funcionários desta e do seu braço de média (LFP Média). Dos 152 M€ restantes, após deduzidos todos os encargos, como assinala o “L’Équipe”, há ainda a retirar 54,5 M€ para o fundo de investimento CVC, restando os tais 80,5 M€ garantidos para dividir entre os 18 clubes (dos quais 35,6 M€, quase metade para os envolvidos na Europa.
Tendo em conta os critérios de distribuição das receitas pelos clubes, que consideram fatores como os títulos nos últimos cinco anos ou a notoriedade destes, o PSG, se for pentacampeão, receberá 4,67 milhões de euros. Para o último da tabela estão reservados 1,44 milhões.
Numa altura em que o processo de centralização dos direitos está a avançar em Portugal, convém recordar que estudos que FPF e Liga pediram a consultoras apontavam a um valor entre 275 M€ e 325 M€ como sendo o da I Liga.