O Sporting voltou a marcar três golos, mas desta vez só consentiu um e arranca para a defesa do título com uma vitória tranquila, exatamente o ideal depois da Supertaça.
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1 - Nada como uma vitória tranquila para afastar os fantasmas que a traumática derrota na Supertaça podia ter deixado a pairar em Alvalade. O Rio Ave foi o adversário ideal para curar as feridas que, tal como Rúben Amorim admitiu, os leões passaram a semana inteira a lamber. Dois erros de Jhonatan, naturalmente aproveitados pelos suspeitos do costume Pedro Gonçalves e Gyokeres, ajudaram a tornar a tarefa menos complicada, mas sentiu-se desde o primeiro instante que os vila-condenses ainda estão longe de poder provocar transtornos ao campeão nacional. Há potencial neste Rio Ave que as circunstâncias do jogo não permitiram perceber. De resto, por esclarecer ficou também se Kovacevic (que não foi verdadeiramente testado) e Debast (que ficou a ver o jogo do banco) também estão refeitos do choque inicial com a realidade do futebol português. Mas essa será certamente uma questão para esclarecer nos próximos tempos.
2 - Pedro Pichardo habituou-nos mal. Ou melhor, habituou-nos bem. Tão bem que a conquista de uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos, um feito só ao alcance dos predestinados, tem por causa dele um travo a pouco. Tão pouco como os dois centímetros que o separaram do ouro. Num país com uma cultura desportiva deficitária como é o nosso, é um privilégio partilhar o mesmo tempo com um atleta assim, que nos faz aspirar a ir mais longe, saltar mais alto, ser mais forte. Um português exemplar, que vale ouro, mesmo quando a medalha é de prata.