Avançado simbolizou a juventude do Sporting, que no clássico foi "pecado" face à maturidade portista. Braga também a exibiu e encetou a fuga - <strong>Opinião de João Araújo</strong>.<br/>
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Sérgio Conceição felicitou Chermiti, no final do clássico, pela exibição do jovem, cujo golo fez dele o leão mais precoce a marcar ao FC Porto (e, quem sabe, tenha deixado os "juízes" do caráter do treinador a pensar duas vezes...). Mas se quisermos olhar de forma mais filosófica para a atuação do avançado que Rúben Amorim lançou no onze inicial, preterindo Paulinho, apesar do castigo "congelado" deste, dir-se-á que simbolizou o germe da destruição da equipa verde e branca. Não que a derrota tivesse sido culpa dele, obviamente, mas se há aspetos que fazem a diferença em jogos deste género a experiência estará no topo da lista.
Como ilustração para o que foi dito, este dado: a média de idades dos titulares do Sporting foi de 25,2 anos, contra os 28,5 do FC Porto. Quase três anos e meio de diferença! Outros números poderiam ser atirados para este caldo (de remates, passes, posse de bola, duelos, interceções, etc), mas o resumo deles dirá o mesmo: maior volume de jogo dos visitados, maior eficácia, tanto atacante como defensiva, dos visitantes.
Maturidade foi, então, a palavra chave no grande duelo da ronda 20 (iniciada antecipadamente, com o triunfo do Benfica em Paços, por 2-0), que manteve o FC Porto nos calcanhares das águias, e logo a seguir foi-lhe acrescentado outro ponto a favor da sua importância na luta pelos lugares de topo da tabela - em concreto, de qualificação para a Champions.
O Braga viu-se a perder na casa do Marítimo mas em oito minutos deu a volta ao texto e, o que é mais importante, foi para o intervalo com o repouso da vantagem no marcador (e um onze com 28 anos de média etária). Como resultado, colocou-se a oito pontos do perseguidor e se é certo que nesta segunda volta receberá o FC Porto e irá à Luz, não é menos verdade que os leões receberão o Benfica e irão a Guimarães.
Na Cidade-Berço, refira-se, o terceiro triunfo seguido pela margem mínima permitiu comemorar esses três vezes três pontos conquistados na receção ao Portimonense e a ascensão ao quinto lugar, o último que, por agora, garante a Europa. Fê-lo à custa de um Casa Pia que pela segunda jornada consecutiva não venceu e que bem pode agradecer aos deuses do futebol o ponto conquistado no Bessa, onde, nos descontos, uma intervenção azarada de Ricardo Batista após cruzamento de Martim Tavares foi defendida... pelo poste! Uns respiraram de alívio, outros de frustração, porque apesar de terem feito quase meia hora com menos um jogador, os axadrezados estiveram sempre mais perto de ganhar e o lance atrás descrito foi a terceira bola que acertaram nos ferros.
Uma nota final para os 13 golos marcados, a pior marca desta I Liga 22/23, piorando os 14 da 15.ª jornada. Não admira, com dois nulos e três vitórias por 1-0... Mas contam, pois claro, e provavelmente alguém dirá que ganhar assim também é prova de maturidade.