Pressão será, provavelmente, a melhor palavra do Mundo para utilizar nesta fase de aperto do campeonato. Mas as decisões passam por outros planos, também, além do psicológico.
Corpo do artigo
Este campeonato - como tantos e ainda bem para os adeptos - tem tudo para ser um sufoco até ao cair do pano. Dir-se-ia ser missão para um faquir, daqueles capazes de suportar o calor das brasas em cima das quais vão caminhar os candidatos ao título.
A aparência que o Benfica deu de estar ao alcance dos perseguidores com os seis pontos perdidos em duas jornadas aguçou o apetite destes e ajudou, como é normal, a transferir a discussão do título para o plano mental e da capacidade de lidar com a pressão. É um facto que a componente psicológica terá peso decisivo - pode-se contrariar esta ideia quando um dos melhores da Liga falha um penálti para 1-0, como João Mário na ronda anterior?
E, por isso, num exclusivo desta edição, Kelvin compara a força coletiva e a motivação portista após vencer na Luz às de 2012/13, quando "aquele" golo aos 90"+2" empurrou a equipa para a reviravolta na tabela e a ele rumo ao museu dos dragões. Também por isso, os treinadores usam as salas de imprensa para apaziguar o próprio exército - e, podendo, "incendiar" o rival -, como fez Schmidt, ao insistir que ser campeão é difícil em qualquer parte do Mundo mas que os trunfos (ainda) estão todos nas mangas encarnadas.
Nem só de "mind games", contudo, se fazem estas retas finais. Gestão física e de cartões entram na equação, assim como o fogo cruzado dos objetivos alheios (Europa, permanência) que sobrevoa os caminhos do título. Tática e (re)estudo dos adversários adquirem novas dimensões e neste contexto é aliciante acreditar que detalhes como a "ratice" de técnicos e jogadores terá uma palavra a dizer. No campo, onde tudo deve decidir-se.