O dérbi voltou a mostrar algumas lacunas no Sporting, nomeadamente opções para o ataque. Amorim lançou Arthur Gomes, Jovane e Chermiti...
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1 O dérbi foi interessante, teve bons momentos de futebol. Não alinho na ideia de que o Sporting foi melhor na primeira parte e o Benfica na segunda. O Sporting começou melhor, mas o Benfica foi superior em quase toda a partida, sobretudo durante a segunda parte. Foi mais equipa, embora não tenha criado um elevado número de oportunidades de golo. Mas fez mais do que o rival para sair da Luz com os três pontos. Aliás, os leões demonstraram alguma falta de ambição para quem tanto precisava de ganhar. Até mesmo o universo leonino - não me refiro ao treinador e jogadores -, no pós-jogo, pareceu resignado e deu a ideia de que não terá ficado muito incomodado com o empate. A menos que não esteja a fazer bem as contas, o Sporting continua a 12 pontos do líder do campeonato e ficou mais longe dos lugares que dão acesso à próxima edição da Liga dos Campeões.
O desfecho não foi bom para o Benfica, mas foi péssimo para o Sporting. O leão saiu mais penalizado do duelo.
E esta falta de ambição não surge por acaso. Vamos a um exemplo prático: sem pôr em causa o valor dos jogadores que estavam no banco, Rúben Amorim tentou chegar à vitória com Arthur Gomes, Jovane e Chermiti - substituíram Edwards, Trincão e Paulinho... A verdade é que por falta de rotina competitiva, inexperiência ou outra razão estas apostas foram (são) curtas para jogos de tamanha exigência.
O Sporting precisa de equilibrar o plantel com caráter de urgência, precisa de ter mais peso no ataque para conseguir atingir a meta desejada, seja o título ou a presença na Champions em 2023/24.
Apesar de mais sólido, para não ser surpreendido, Benfica tem de ativar rapidamente os seus desequilibradores. Controlou o jogo, dominou, mas faltou-lhe alguma imprevisibilidade no último terço para criar mais lances de perigo. O rendimento intermitente de David Neres não ajuda e resta saber se Andreas Schjelderup, reforço de inverno, consegue rapidamente ganhar espaço na equipa e fazer a diferença.
Já agora, Roger Schmidt, espalhou-se na avaliação do lance que deu origem à grande penalidade, cometida por António Silva sobre Paulinho. Foi mesmo penálti.
2 O Braga está bem e mantém-se seguro na segunda posição, depois de vencer o Boavista com um golo de Vitinha, este cada vez mais perto da Seleção A. Aproxima-se um teste de fogo, contra o Sporting na primeira jornada da segunda volta. Em caso de vitória, esse poderá ser um sinal de que algo pode mudar no panorama habitual do futebol português. O Braga deixará de ser uma ameaça para ser uma certeza.