Benfica e FC Porto têm argumentos para verem passagem aos "oitavos" como obrigatória. O Braga não terá essa pressão, mas antes a fé de que na Champions as surpresas acontecem.
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Não é preciso fazer grandes cálculos para perceber a maior dificuldade que o sorteio da Liga dos Campeões reservou para o Braga, quando comparada com as possibilidades teóricas de Benfica e FC Porto passarem aos oitavos de final.
Dando de barato que estamos a falar da Champions, a maior e mais apetitosa competição de clubes do Mundo e que tem sempre um espaço guardado para surpresas, nos grupos D e H, águias e dragões têm a responsabilidade de lutar com Inter e Barcelona, respetivamente, pelos dois primeiros lugares e consequente apuramento; pelo contrário, os minhotos partem claramente atrás de Real Madrid e Nápoles em termos de favoritismo, parecendo ter destinada a luta pelo terceiro lugar e passagem à Liga Europa com o "velho conhecido" Union Berlim.
Agora já na posse dos cálculos, uma simples operação matemática permite pôr em perspetiva o grau dos problemas que este trio tem pela frente: o somatório dos "pontos UEFA" (do ranking de clubes) dos quatro integrantes de cada grupo diz-nos que só o G e o A (277,5 e 277 pontos, respetivamente), encabeçados por Manchester City e Bayern, são mais fortes do que o dos guerreiros, o C (240); segue-se o D (238), do Benfica, enquanto o H, do FC Porto, soma 212 e está na antepenúltima posição. No oitavo e último lugar desta tabela vem o grupo B (187,5), de Sevilha, Arsenal, PSV e Lens, o que à partida sugere que seria um bom sítio para o Braga ter "aterrado" e que teria maiores hipóteses de se apurar.
Teria, igualmente, maior pressão para o fazer, o que não sucede ao coabitar com Nápoles e Real Madrid, adversários que obrigam a crescimento acelerado a quem quer andar entre a elite. E se poucos apostarão no Braga, a verdade, como se disse atrás, é que a Champions é palco privilegiado de surpresas. E quando acontecem, algum apostador fica milionário...