Pedro Gonçalves diverte-se e diverte. Fez dois golos bonitos e desarmou a teia que o Vizela se esforçou por montar em Alvalade. O Sporting entrou decidido a mostrar que tem fôlego para a maratona
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Rúben Amorim tem um mérito inquestionável, o de proporcionar condições para os seus jogadores se divertirem em campo, o que só é possível quando estes se sentem cómodos com o que lhes é pedido pelo treinador e pela forma como os dispõe em campo.
"Estrelinha" é, em definitivo, assunto que não é para aqui chamado.
A outra face desta moeda é ser uma marca indelével do bom treinador a capacidade para extrair o melhor dos seus homens.
O campeonato parece ter começado da mesma forma como acabou o anterior, com o Sporting a mostrar vontade e capacidade para ganhar, a exibir argumentos técnicos, táticos e até profundidade de banco, numa partida que chegou a dar ares de poder complicar-se - o Vizela entrou atrevido, a pressionar alto e a explorar os corredores laterais, além do penálti falhado por Jovane, um daqueles momentos que podem fazer tremer uma equipa, ainda mais com essa incógnita que eram os adeptos nas bancadas. Mas o Sporting ultrapassou esse teste à sua força mental e "estrelinha" é, em definitivo, assunto que não é para aqui chamado.
Mérito a Rúben Amorim por possibilitar a liberdade de que Pote precisa para expressar a sua arte
Numa era em que os criativos parecem destinados a estar aprisionados ao conceito de partirem das alas para terem lugar neste futebol cada vez mais rápido, mais alto e mais forte, de novo mérito a Rúben Amorim por possibilitar a liberdade de que Pote precisa para expressar a sua arte. Dirão que foi contra o Vizela, inexperiente ao mais alto nível, mas é um regalo para qualquer amante do jogo apreciar os golos e as movimentações de alguém difícil de catalogar mais do que como atacante (que não é em exclusivo!). E esse é um elogio para ambos, mentor e génio.