O selecionador de Portugal não deixa cair os membros da sua "família", como ontem ficou demonstrado, para pena de jogadores cujo bom momento justificaria a chamada à Seleção.
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1 Se algo demonstrou Roberto Martínez com a convocatória ontem anunciada, para a dupla jornada de apuramento para o Euro"2024 contra Eslováquia e Luxemburgo, é que também ele é adepto do conceito de "família" aplicado à Seleção Nacional - que os portugueses conheceram bem, sobretudo, durante o consulado de Luiz Felipe Scolari.
Martínez, disse-o ontem por outras palavras, não deixa cair os que escolheu para o seu núcleo duro e isso é, enquanto opção técnica, tão legítimo como a outra das duas políticas seguidas pelos selecionadores nacionais: a recompensa do momento de forma dos jogadores.
Paulinho, do Sporting, e Bruma, do Braga, são dois exemplos que teriam lugar em 24 convocados se olhássemos ao rendimento recente, ou não se tratasse do melhor marcador da I Liga, com quatro golos em três jornadas, e de um dos elementos fundamentais na entrada do Braga na fase de grupos da Liga dos Campeões. Martínez tem, como já se disse, a legitimidade para fazer as suas escolhas, por muito que os adeptos possam reclamar a presença deste ou daquele. Outra coisa que Martínez mostrou com a lista ontem divulgada é não estar preocupado com a opinião pública e, quase de certeza, com a opinião publicada.
2 Há mais de dez anos (desde a final da Taça de Portugal de 2012/13) que o Benfica não perde com o V. Guimarães, mas o histórico de confrontos não entrará em campo esta noite. No relvado da Luz estarão um campeão a procurar não perder mais pontos para a frente e um líder da tabela a pretender demonstrar que isso não é obra do acaso. Junto à linha dois treinadores sob diferentes pressões: um no segundo jogo à frente da equipa; e outro que, depois de mostrar quem manda, não se pode dar ao luxo de não ganhar.