Vender o futebol português além-fronteiras obriga a produto bom e credível. Selecionador forneceu perspetiva interessante sobre arbitragem e comportamento dos jogadores.
Corpo do artigo
A comercialização em mercados estrangeiros do futebol profissional português é um dos planos há muito verbalizados pelo presidente da Liga, seguindo modelos próximos embora mais apetecíveis - caso das Supertaças espanhola e italiana fora das fronteiras dos respetivos países. América, Arábia (o efeito Ronaldo?) e mercado europeu foram referidos por Pedro Proença como hipóteses, num futuro mais ou menos próximo, de locais onde vir a disputar a final four da Taça da Liga.
Em teoria, pelo menos, a ideia de vender lá fora o nosso futebol é positiva, tendo em conta a presença regular de uma ou duas equipas lusas na fase a eliminar da Champions (este ano até foram três, na despedida do sexto lugar do ranking da UEFA!), a imagem que a Seleção Nacional transmite mundo fora e, por último mas não menos importante, a vasta comunidade emigrante e sua paixão futebolística - da América à Arábia e, claro, toda a Europa.
Coincidindo no tempo - nem de propósito... - a entrevista ontem dada pelo selecionador Roberto Martínez ajudou a dar pistas sobre como é visto o nosso futebol além-fronteiras. Varrendo a poeira dos eufemismos da superfície da mensagem, sobressaem as dificuldades dos árbitros em dirigirem os jogos e muito por responsabilidade do comportamento dos jogadores. Não é novidade, mas não deixa de ser sintomático que seja sublinhado por este ilustre "estrangeiro".
O futebol português, como se sabe, tem hábitos que custam a desenraizar, como o porta-voz de um dos grandes zurzir na opinião do treinador de um dos outros sobre o VAR quando nem sequer está na mesma luta. Já diz o ditado que no amor e na guerra vale tudo, nem que seja semear hoje para colher benefícios amanhã.