O Paços da vida nova no novo ano deu mais um salto rumo à esperança de salvação, ao contrário de Marítimo e Santa Clara, que vão defrontar-se - OPINIÃO DE JOÃO ARAÚJO
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A uma jornada do fim do segundo mês de 2023, o ditado "ano novo, vida nova" encaixa que nem uma luva nesta versão "2.0" de César Peixoto no Paços de Ferreira, que no Estoril impôs-se de maneira folgada (3-1), com bons golos de Thomas e Holsgrove, a transmitir a quem já lhe tinha encomendado o funeral que a fuga ao caixão não é de todo impossível. Foi a segunda vitória em três jogos, numa série de sete partidas em que amealhou dez pontos, contra apenas dois nas 14 rondas anteriores (no ano passado).
Os castores entraram na 21.ª jornada a seis e 12 pontos das posições de "playoff" e salvação, respetivamente, e saíram dela a três e dez comprimentos. Recorrendo a uma metáfora, dir-se-ia que os móveis tendem a flutuar enquanto as ilhas se afundam... É que Santa Clara e Marítimo estão a protagonizar um trajeto inverso ao dos pacenses e daí a chama de esperança destes arder com mais intensidade.
Em Portimão, o Marítimo até se colocou em vantagem, mas não resistiu à ponta final dos algarvios que encontraram em Maurício um abono de família, com golos fundamentais nos dois últimos triunfos. Já o Santa Clara somou novo desaire, na receção ao Famalicão, com o menu da desgraça a incluir um penálti falhado quando ainda estava 0-0. Duas derrotas nas duas últimas jornadas é o retrato da crise das equipas insulares, registo apenas igualado por um Estoril que em quatro rondas caiu do oitavo para o 15.º lugar.
Na frente, nada de novo. Ou quase. Porque se o quarteto que ocupa o topo da tabela ganhou, a verdade é que os caminhos até ao sucesso foram diferentes e em alguns casos tortuosos.
O primeiro destes a entrar em campo foi o Braga, com pressa de ultrapassar a pior goleada caseira de sempre (os 4-0 da Fiorentina). Aos 18 segundos já estava a ganhar e o golo madrugador de Abel Ruiz teria uma réplica, mais tarde, de Banza.
Pouco depois, no Dragão, perante um Rio Ave que provocou alguns arrepios e pôs à prova a atenção de Diogo Costa, Toni Martínez garantiu os três pontos e uma momentânea diferença de dois para o Benfica, que jogou passados dois dias.
Se foi da pressão portista ou da colocada pelo Boavista, na Luz, o certo é que o líder mostrou algumas dificuldades e nervosismo, nomeadamente quando João Mário falhou, da marca dos 11 metros, aquele que teria sido o 2-1. A vitória acabou por ter números (3-1) mais tranquilos do que o desenrolar da partida, incerta quase até ao apito final.
Horas antes, em Chaves, também o Sporting sofreu a bom sofrer para manter vivo o sonho de chegar ao terceiro e último lugar de acesso à Champions. O triunfo começou a desenhar-se graças a um penálti sobre Paulinho que faz questionar a introdução de maior justiça no jogo com o VAR... Até porque os flavienses têm razões para se queixar de um outro não assinalado, de Coates, mas ainda assim nunca abdicaram de lutar. Um grande espírito premiado com um remate certeiro para o 3-2, mas já nos descontos. Suspiro de desalento... e de alívio do outro lado!