O médio do Manchester United marcou terreno logo no arranque da Premier League com um hat trick. Só falta marcar a diferença com as Quinas ao peito
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Bruno Fernandes vestiu outra vez a pele de goleador e iniciou a Premier League com um hat trick, na surra que o Manchester United deu ao Leeds (5-1). Mais golo menos golo - esta foi a primeira vez que apontou três num só jogo - parece tudo normal na relação do médio com a baliza.
O futebol superlativo do jogador português continua a abafar a concorrência e a levar os adversários ao desespero. Ninguém resiste por aquelas paragens... Na primeira (meia) época nos red devils foram 12 golos em 22 partidas; no ano seguinte, 28 em 58 jogos; agora rebenta com um hat trick logo no arranque. Promete.
Ou seja, em época e meia, sensivelmente, soma 43 golos, números estranhos para um médio. Tão estranhos quanto os que já tinha obtido ao serviço do Sporting (63 em duas temporadas e meia).
O problema do craque do Manchester United é quando vira a agulha para a Seleção Nacional. Não é a mesma coisa. Por muito que tente, o rendimento não é igual ao que tem nos clubes. Nem tão-pouco entrará no lote dos cinco jogadores com produção mais elevada com as Quinas ao peito.
O "normal" Bruno Fernandes na Seleção Nacional talvez seja um dos principais enigmas dos últimos anos. Tem talento de sobra, uma qualidade técnica de fazer inveja, ritmo e intensidade de jogo impressionantes, mas nenhuma dessas características é totalmente vincada em campo.
Há muitas teorias para explicar a diferença de comportamento num e noutro lado e quase todas vão desaguar no sistema tático. Até pode ser. Mas há um terceiro caminho que não poderá ser ignorado: protagonismo na liderança do jogo ofensivo de Portugal. E essa meta não está apenas nas mãos de Fernando Santos, mas também e, sobretudo, nas mãos de Bruno Fernandes. Portugal precisa de um Bruno superior no Mundial do Catar.